Ralstonia solanacearum, agente causal da murcha bacteriana em diversas famílias de plantas, entre elas as solanáceas, causa grandes prejuízos na cultura do tabaco, se não manejada. Por se tratar de espécie complexa, esta bactéria é classificada de diversas formas. A mais recente divide a espécie em três níveis taxonômicos: filotipo, sequevar e clone. Devido à ausência de estudos sobre as populações de R. solanacearum na cultura do tabaco, este trabalho teve como objetivo caracterizar 120 isolados oriundos de solos e plantas de tabaco com murcha bacteriana, coletados em 13 municípios do Paraná, 24 de Santa Catarina, 13 do Rio Grande do Sul, um da Paraíba e dois de Pernambuco, em biovar, filotipo e por diversidade genética através das sequências repetitivas BOX, ERIC e REP (rep-PCR). Os resultados indicaram que todos os isolados estudados pertencem à biovar 1 e filotipo II. Embora tenha sido constatada homogeneidade quanto à biovar e ao filotipo, os resultados da rep-PCR permitiram a divisão dos isolados em seis grupos (A, B, C, D, E e F), a partir de 61% de similaridade, independente da origem geográfica, tipo de amostra, época de coleta e cultivar. Os grupos A e B foram os que tiveram maior número de representantes, 47 e 20 linhagens clonais, respectivamente. O conhecimento da variabilidade populacional de R. solanacearum, assim como da virulência dos diferentes isolados, pode auxiliar no sucesso de programas de melhoramento genético e de manejo integrado da doença.
Ralstonia solanacearum, causal agent of bacterial wilt on different hosts, including members of Solanaceae, causes severe losses in tobacco crop, if not managed. It is a complex species and classified in several ways. Lately, the species was divided into three taxonomic levels: phylotype, sequevar and clone. Due to the lack of studies on populations of R. solanacearum in tobacco, this research aimed to characterize 120 isolates from soil and wilted tobacco plants, from 13 counties from Paraná, 24 from Santa Catarina, 13 from Rio Grande do Sul, one from Paraíba and two from Pernambuco, by biovar, phylotype, and by using repetitive polymerase chain reaction (rep-PCR) element (BOX, ERIC and REP) primers. The results indicated that all isolates belong to the biovar 1 and phylotype II. Although there was homogeneity regarding biovar and phylotype, the results of rep-PCR allowed the formation of six groups (A, B, C, D, E and F) from 61% of similarity, regardless of sample type, geographical origin, collecting date or cultivar. Groups A and B were those that had the greatest number of isolates, 47 and 20 clonal lines, respectively. Knowledge regarding R. solanacearum population variability as well as the virulence of different isolates may help in the success of breeding programs and integrated disease management.