Esse artigo discute as noções de "lei", "justiça" e "Direito" na obra de E. P. Thompson. Seu objetivo é compreender como essas noções foram articuladas e como se conectaram com as idéias de "experiência" e "cultura". As obras estudadas foram aquelas publicadas no livro The essencial E. P. Thompson, editado em 2002, pela historiadora dorothy thompson. o artigo também procura compreender quais os possíveis desdobramentos políticos que essas noções sugerem, hoje, para o pensamento e a ação de uma esquerda democrática. conclui-se que a defesa que thompson faz do "domínio da lei" como um benefício humano inquestionável sugere, também, que se repense a maneira como normalmente se faz a crítica aos regimes liberal-democráticos, já que, muitas vezes, a crítica ao capitalismo implica, equivocadamente, uma crítica à democracia, como se ambos compusessem uma unidade inseparável. não se pode perder de vista, contudo, que o capitalismo só se tornou democrático com a difícil e longa luta pelos direitos: direitos civis, no século xviii; direitos políticos, no século xix; direitos sociais, no século xx. foi, portanto, a ação e a palavra "dos de baixo" que, progressivamente, não só tornou democrático o liberalismo como, em muitas ocasiões, erigiu anteparos ao furor destrutivo do capitalismo.
This article discusses notions of "laws", "Justice" and "the Law" in E. P. Thompson's work. Our goal is to achieve an understanding of how such notions have been articulated and how they connect with ideas of "experience" and "culture". The specific works studied are those published in the book intitled The essencial E. P. Thompson, edited in 2002 by historian Dorothy Thompson. Furthermore, we seek an understanding of the possible political consequences that these notions hold, today, for the thought and action of a democratic Left. We conclude that Thompson's defense of the "domain of the Law" as an unquestionable human conquest further suggests a rethinking of the way in which the critique of liberal democratic regimes is usually carried out, since quite often the critique of capitalism is mistakenly understood as a critique of democracy, as if the two were an inseparable unit. Nonetheless, we should not forget that capitalism only became democratic through a long and hard struggle for rights: civil rights, in the 18th Century, political rights, in the 19th Century and social rights, in the 20th Century. Thus, it was the action and the words of "the underdogs" that not only made liberalism progressively democratic but, on many occasions, threw up barriers to the destructive furor of capitalism.
Cet article discute les notions de "loi", "justice" et "droit", dans le travail de E. P. Thompson. Son objectif c'est de comprendre comment ces notions ont été articulées et comment elles se sont connectées avec les idées « d'éxperience » et de « culture ». Les oeuvres étudiées ont été celles publiées dans le livre The essencial E. P. Thompson, édité en 2002, par l'historienne Dorothy Thompson. L'article cherche aussi à comprendre quels sont les possibles déploiements politiques que ces notions suggèrent, aujourd'hui, pour la pensée et l'action d'une gauche démocratique. On a conclut que la défense que Thompson fait du « domaine de la loi » comme un avantage humain indiscutable, suggère aussi, qu'on repense à la manière comme est normalement faite la critique aux régimes de démocratie libérale, puisque à plusieurs reprises, la critique au capitalisme implique, à tort, une critique à la democratie, comme si tous les deux composaient une unité inséparable. On ne peut pas oublier encore, que le capitalisme est seulement devenu democratique avec la difficile et longue lutte par les droits : les droits civiques, au XVIII siècle ; les droits politiques, au XIX siècle et les droits sociaux au XX siècle. Ça a été alors, l'action et l'expression « de ceux d'en bas », qui a, progressivement, pas seulement fait démocratique le libéralisme, comme à plusieurs reprises, a érigé des barrières contre la fureur destructive du capitalisme.