ABSTRACT Introduction Healthcare workers were heavily exposed to repetitive viral loads during the SARS-CoV-2/COVID-19 pandemic. The duration and effectiveness of post-infection immunity remains an unclear question. The determination of serum IgG anti-S/SARS-CoV-2 (IgG/anti-S) antibodies is the only feasible way to assess immunity against this virus. Methods We’ve identified 193 RT-PCR/SARS-CoV-2 positive from a total of 4200 healthcare workers from an university hospital between March-May 2020. Serum IgG/anti-S was determined by chemiluminescence immunoassay in three anonymized quarterly samples to comparison of mean concentrations over the six months of observation (cut-off defined by the manufacturer: ≥1AU/mL). Disease severity was classified as asymptomatic, mild/moderate and severe/very severe. Results 76.2% were infected women, with mean ( x ¯) age 39.6±11.7 year; men mean age 41.1±13.0 years, and women/men ratio 3.2. 93.8% worked in high-risk areas and 72.5% were nurses or assistants. Regarding the severity, 7.8% had asymptomatic infection and 6.7% had serious illness with inpatient management. 8.3% refused to participate on serologic testing, so 177 participants were included. In the first determination, 73.5% had IgG/anti-S(+ve) (144/166 samples) with x ¯ 12.5±9.1 AU/mL, collected at x ¯ =50.3±15.3 days after symptoms onset. At the second time, 47.9% (80/167) had positive results, with IgG/anti-S x ¯ =2.7±4.9 UA/mL, x ¯ =143.1±43.9 days after symptoms. The third moment had 27.7% positive results, with IgG/anti-S x ¯ =1.3±2.8 AU/mL, x ¯ =241.3±75.5 days after symptoms. Discussion A progressive decrease in mean IgG/anti-S titers was evident during the first six months after SARS-CoV-2 infection, in consonance with the available data, with 13% of professionals presenting antibody levels below the threshold of positivity a month and a half after infection, 52% after four and 72% after six months. We also found that even those with positive titers, at six months, approached the cutoff point, showing a downward curve. Conclusions These results suggest that natural immunity is weak/scarce and reinforce that infected professionals should be vaccinated against COVID-19. This measure, together with the protective (collective plus individuals) actions, maximize workers protection against new infections, as well as the safety of patients of the institution.
RESUMO Introdução Os profissionais hospitalares estiveram expostos a elevadas e/ou repetidas cargas virais durante a pandemia de SARS-CoV-2/COVID-19. A duração e eficácia da imunidade pós-infeção permanece uma questão não cabalmente esclarecida. A determinação dos anticorpos séricos IgG anti-Spike/SARS-CoV-2 (IgG/anti-S) é a forma exequível de avaliar a imunidade contra este vírus. Métodos Identificaram-se 193 casos RT-PCR/SARS-COV-2 positivos de um total de 4200 profissionais de um centro hospitalar universitário, no período de março a maio 2020. Determinou-se a IgG/anti-S sérica por imunoensaio de quimioluminescência em três amostras trimestrais anonimizadas, para comparação das concentrações médias nos seis meses de observação (cut-off definido pelo fabricante: ≥1AU/mL). Classificou-se a gravidade da doença em assintomática, ligeira/moderada e grave/muito grave. Resultados 76,2% dos infetados eram mulheres com idade média ( x ¯) 39,6±11,7 anos (versus homens com idade média de 41,1±13,0 anos). Ratio entre mulheres/homens de 3,2. 93,8% trabalhava em serviços de elevado risco e, quanto à categoria profissional, 72,5% era enfermeiro ou assistente operacional. Relativamente à gravidade, 7,8% teve infeção assintomática e 6,7% doença grave, com internamento. Alguns infetados recusaram participação no estudo serológico, tendo-se incluído 177 casos, maioritariamente de gravidade ligeira/moderada. Na primeira determinação, 73,5% apresentava IgG/anti-S positivo (144/166 amostras), com IgG/anti-S x ¯ =12,5±9,1AU/mL, colhidos em x ¯ 50,3±15,3 dias após início dos sintomas. Na segunda determinação, 47,9% de amostras positivas (80/167), com título x ¯=2,7±4,9UA/mL, aos 143,1±43,9 dias. No último doseamento, 27,7% (31/112) positivas, com títulos x ¯=1,3±2,8 AU/mL, aos 241,3±75,5 dias após início dos sintomas. Discussão Verificou-se um decréscimo progressivo dos títulos de IgG/anti-S ao longo dos primeiros seis meses após doença, em consonância com os dados já publicados, apresentando 13% dos profissionais títulos abaixo do limiar de positividade um mês e meio após infeção, 52% aos quatro e 72% aos seis meses. Verificou-se ainda que, mesmo os com títulos positivos, aos seis meses, se aproximaram do ponto de corte, apresentando-se em curva descendente. Conclusão Estes resultados sugerem que a imunidade natural é fraca/escassa, reforçando que os profissionais infetados por SARS-CoV-2 devem ser vacinados contra a COVID-19. Esta medida, juntamente com as proteções coletivas e individuais adequadas, permitirá maximizar a segurança dos profissionais e doentes da instituição.