A volatilização de amônia (NH3) e a nitrificação seguida pela desnitrificação são os principais mecanismos de perdas de N nos solos alagados destinados ao cultivo do arroz. Se os fertilizantes nitrogenados não forem manejados adequadamente, os índices de recuperação de N pelas plantas serão muito baixos. O objetivo deste trabalho foi quantificar a volatilização de amônia em solos alagados influenciada pela forma de aplicação de ureia, em casa de vegetação. Foram conduzidos dois experimentos, sendo um em Cambissolo (Thermic Vertic Haplaquepts), no Estado do Mississippi, EUA, e outro em Gleissolo (Entisol Aeric Typic), em Santa Catarina, Brasil. A captação de amônia foi realizada por esponjas acidificadas, colocadas dentro de tubos de PVC (15 cm de diâmetro e 60 cm de altura) encravados dentro de baldes com 15 cm de espessura de solo, sem a presença de plantas. Em cada vaso, foram aplicados 353 mg de N, equivalente a 200 kg ha-1 de N, nas seguintes formas: ureia sólida aplicada sobre a superfície do solo úmido, sem alagamento posterior; ureia solubilizada em água deionizada e aplicada sobre a lâmina de água de alagamento; ureia sólida aplicada sobre a lâmina de água de alagamento; ureia incorporada na lama, seguida de alagamento; ureia aplicada sobre solo seco, seguida de alagamento 48 h depois; e uma testemunha alagada (sem N). As esponjas captadoras de amônia foram trocadas ao serem completados 1, 3, 6, 9, 13, 17 e 22 dias de alagamento, e nelas determinou-se a quantidade de amônia volatilizada. Na água de alagamento do solo, determinaram-se o pH e a concentração de amônio. A emissão de amônia variou com a forma de aplicação da ureia, e o comportamento foi similar nos dois solos. A volatilização de amônia na testemunha foi insignificante. Nos tratamentos com ureia, as menores perdas ocorreram quando ela foi incorporada na lama (com posterior alagamento) seguida pela aplicação em solo seco com alagamento 48 h após, tendo atingido, respectivamente, 4 e 15 % do N aplicado no Cambissolo (CXbe) e 6 e 10 % no Gleissolo (GXbd). As maiores perdas ocorreram quando a ureia foi aplicada na lâmina de água, tanto na forma líquida (34 % no CXbe e 38 % no GXbd) quanto na sólida (29 % no CXbe e 37 % no GXbd), seguida pela ureia aplicada em solo úmido, sem alagamento (26 % no CXbe e 22 % no GXbd). A fim de evitar excessiva volatilização de amônia em solos cultivados com arroz no sistema inundado, a ureia deve ser aplicada na lama ou em condições de solo seco e, em ambos os casos, seguida de alagamento imediato.
Ammonia volatilization and nitrification/denitrification are the two major N loss mechanisms in rice production. If N fertilizer is not managed appropriately, N recovery by rice plants can be low. The purpose of this study was to quantify ammonia volatilization in flooded soils influenced by the urea application method. A greenhouse study was conducted to quantify the potential of N loss via ammonia volatilization in flooded soils influenced by the urea application method. Two experiments were carried out, one in Mississippi, USA, with a thermic Vertic Haplaquepts and one in Santa Catarina, Brazil, with an Entisol Aeric soil, respectively. Ammonia was trapped in sponge sorbers impregnated with phosphoric acid and placed in PVC tubes (diameter 15 cm, length 60 cm), which were set in buckets containing a 15 cm soil layer without plants. Urea was applied at a rate of 353 mg/pot of N, equivalent to 200 kg ha-1 N, as follows: 1) a non-treated control (0 N); 2) urea applied to the surface of moist soil (80 % of field capacity) without flooding; 3) urea solubilized in deionized water and applied to the flood water; 4) prilled urea, applied to the flood water; 5) urea incorporated into mud followed by soil flooding and 6) urea applied on the surface of a dry soil followed by flooding 48 hours later. The sorbers were exchanged 1, 3, 6, 9, 13, 17, and 22 days after urea application. Water pH and ammonium concentration were determined in the flood water above the soil surface. Ammonia emission varied with the form of urea application, similarly in both soils. N losses were negligible in the control. Losses were lowest when urea was incorporated into mud followed by soil flooding and second lowest when applied to dry soil followed by flooding 48 h later (losses of, respectively, 4 and 15 % from the USA soil and 6 and 10 % from the Brazilian soil). Losses were highest when urea was applied to the flood water, be it in liquid (34 % in Mississsippi and 38 % in Santa Catarina) or in solid form (29 % in Mississsippi and 37 % in Santa Catarina), followed by urea applied to wet soil without flooding (26 % in Mississsippi and 22 % in Santa Catarina). In conclusion, to avoid excessive ammonia loss from waterlogged soils, urea should be incorporated into the mud or applied to dry soil, followed by immediate flooding in both cases.