O artigo retoma os debates dos estudos latino-americanos do trabalho sobre terceirização de mão de obra com o intuito de demonstrar certas linhas de continuidade em relação ao desenvolvimento que adquiriram nos últimos anos novas formas de trabalho mediadas pelas tecnologias digitais. Em particular, pretende-se argumentar que a irrupção das plataformas de trabalho é resultado de dinâmicas de reconfiguração organizacional mediadas pelos avanços tecnológicos e pelos processos de digitalização da economia que podem ser disruptivos em certos aspectos, mas também supõem uma continuidade e aprofundamento das evoluções já existentes nos termos de flexibilidade e terceirização de mão de obra. Nesse sentido, salientam-se algumas chaves de interpretação da literatura especializada para enquadrar a compreensão do novo fenômeno (suas lógicas, a complexidade, a variabilidade), bem como suas implicações e efeitos no campo social-trabalhista (precariedade, ambivalência, heterogeneidade).
The article takes up the debates in Latin American labor studies on labor outsourcing to demonstrate certain lines of continuity with the development of new forms of work mediated by digital technologies in recent years. In particular, it seeks to argue that the emergence of working platforms has implied an organizational reconfiguration mediated by technological advances and the digitalization processes of the economy that may be disruptive in certain aspects, but that also imply a continuity and an intensification of existing processes of flexibilization and outsourcing. In this sense, the article offers some interpretation keys of specialized literature to understand the new phenomenon (its logics, complexity, variability) as well as its implications and effects on the socio-labor field (precariousness, ambivalences, heterogeneity).
El articulo retoma los debates de los estudios del trabajo latinoamericanos en torno a la tercerización laboral para evidenciar ciertas líneas de continuidad en relación con el desarrollo que en años recientes adquieren nuevas formas de trabajar mediadas por tecnologías digitales. En particular, se busca argumentar que la irrupción de las plataformas de trabajo deriva de dinámicas de reconfiguración organizativa mediadas por los avances tecnológicos y los procesos de digitalización de la economía que pueden resultar disruptivas en ciertos aspectos pero que también suponen una continuidad y profundización de evoluciones ya existentes en términos de flexibilización y externalización laboral. En tal sentido, se ponen de relieve algunas claves de interpretación de la literatura especializada para enmarcar la comprensión del nuevo fenómeno (sus lógicas, complejidad, variabilidad) como así también sus implicancias y efectos sobre el campo socio laboral (precarización, ambivalencias, heterogeneidad).
Cet article reprend les débats des études du travail latino-américaines sur l’externalisation du travail afin de mettre en évidence certaines lignes de continuité par rapport au développement, ces dernières années, de nouvelles formes de travail médiatisées par les technologies numériques. En particulier, il cherche à faire valoir que l’irruption des plates-formes de travail découle de dynamiques de reconfiguration organisationnelle médiées par les avancées technologiques et les processus de numérisation de l’économie qui peuvent être disruptifs à certains égards, mais qui incarnent également une continuité et un approfondissement des développements déjà existants en termes de flexibilisation du travail et d’externalisation. Dans ce sens, certaines interprétations clés de la littérature spécialisée sont mises en évidence afin d’encadrer la compréhension du nouveau phénomène (ses logiques, sa complexité, sa variabilité) ainsi que ses implications et effets sur les domaines social et du travail (précarité, ambivalences, hétérogénéité).