RESUMO O presente artigo desenvolve uma discussão acerca das relações entre psicanálise e política, constatando inicialmente um paradoxo nesta relação, já que, apesar de uma recusa mútua, as interlocuções são historicamente inumeráveis e profícuas. A partir daí considera as proposições políticas da psicanálise a partir da sua noção de sujeito e da discussão lógica entre o universal e o contingente. Em seguida, enveredando por uma discussão ôntica, apresenta todo o processo histórico de emergência do mundo moderno e contemporâneo, cotejando as obras de Foucault e Lacan, e denunciado a gênese das lógicas segregacionistas a partir da instalação do saber como principal operador político na modernidade. Objetiva, com isso, realizar uma relevante discussão sobre os efeitos para o sujeito das transformações no mundo atual e sua ideologia principal, o “apoliticismo bio-político”, ilustrada por todo o processo hegemônico de globalização e pela lógica neoliberal.
ABSTRACT This article develops a deliberation on the relations between psychoanalysis and politics, initially noting a paradox in this relation, since, despite a mutual refusal, the interlocutions are historically countless and fruitful. From this, the article considers the political propositions of psychoanalysis from its notion of subject and the logical discussion between the universal and the contingent. Following, guided by an ontic discussion, the article presents the historical process of emergence of the modern and contemporary world, considering the literary works of Foucault and Lacan, and reporting the genesis of segregationist logic, based on installation of knowledge as the main political operator in modernity. With this, the article aims to carry out a relevant discussion about the effects of transformations in our current world and its main ideology, the "bio-political apoliticism", illustrated by the process of globalization and neoliberal logic.
RESUMEN El presente artículo desarrolla una discusión sobre la relación entre el psicoanálisis y la política, señalando inicialmente una paradoja, ya que, a pesar de un rechazo mutuo, los diálogos son históricamente innumerables y fructíferas. A partir de ahí, considera las proposiciones políticas del psicoanálisis desde su noción de sujeto y de la discusión lógica entre lo universal y lo contingente. En seguida, emprendiendo una discusión óntica, presenta todo el proceso histórico de emergencia del mundo moderno y contemporáneo, cotejando las obras de Foucault y Lacan, y denunciado la génesis de las lógicas segregacionistas, a partir de la instalación del saber como principal operador político en la modernidad. Tiene como objetivo, con ello, realizar una relevante discusión sobre los efectos para el sujeto de las transformaciones en el mundo actual y su ideología principal, el "apoliticismo bio-político", ilustrado por todo el proceso hegemónico de globalización y por la lógica neoliberal.