OBJETIVO: Desenvolver e testar um instrumento para avaliação do nível de conhecimento do paciente sobre a prescrição de medicamentos. MÉTODOS: O estudo foi realizado com usuários cadastrados nas Unidades de Estratégia de Saúde da Família de Santa Cruz do Sul, RS, recrutados por amostragem consecutiva. Foram considerados nome do medicamento, indicação terapêutica, dose, horários de administração, forma de utilização, duração do tratamento, atitude no caso de esquecimento de doses, possíveis efeitos adversos e interações. Cada item da escala foi ponderado segundo importância para a utilização segura do medicamento prescrito. O questionário foi testado por meio de entrevistas com os usuários em 2006 e pela análise de 320 prescrições. Foram calculadas estatísticas descritivas, razões de prevalências e qui-quadrado para variáveis categóricas e teste de Tukey para comparação de médias. RESULTADOS: O nível de conhecimento da terapia medicamentosa foi considerado bom para 11,3% dos entrevistados, regular para 42,5% e insuficiente para 46,3%. Os maiores níveis de conhecimento foram observados nos horários de administração, indicação terapêutica e duração do tratamento. Os menores níveis ocorreram em dose, efeitos adversos e o que fazer no caso de esquecimento de uma ou mais doses do medicamento. CONCLUSÕES: O instrumento proposto permitiu examinar a magnitude da lacuna existente entre o que o paciente deve saber e o que ele realmente sabe sobre seus medicamentos. Assim, é possível detectar focos de prevenção, educação e acompanhamento para evitar problemas relacionados à utilização não segura dos medicamentos.
OBJECTIVE: To develop and test an instrument to evaluate patients' level of knowledge about drug prescription. METHODS: This study was conducted with users registered with the Family Health Strategy clinics of the city of Santa Cruz do Sul, Southern Brazil, selected by consecutive sampling. Name of the medication, therapeutic indication, drug dosage, times of administration, forms of use, duration of treatment, attitude when doses are missed, possible adverse effects and interactions were included in this study. Each item of the scale was weighted, according to the importance for safe prescribed drug use. The questionnaire was tested by applying an interview to users in 2006 and by analyzing 320 prescriptions. Descriptive statistics, prevalence ratios and chi-square test were calculated for categorical variables and the Tukey test was calculated to compare means. RESULTS: The level of knowledge about drug therapy was considered good in 11.3% of participants, fair in 42.5%, and insufficient in 46.3%. The highest levels of knowledge were observed in times of administration, therapeutic indication and duration of treatment. The lowest levels occurred in drug dosage, adverse effects and attitude when one or more drug doses are missed. CONCLUSIONS: The proposed instrument enabled the analysis of the magnitude of the gap existing between what the patients must know and what they actually know about their medications. Thus, key aspects of prevention, education and follow-up can be detected to avoid problems associated with unsafe drug use.
OBJETIVO: Desarrollar y testar un instrumento para evaluación del nivel de conocimiento del paciente sobre prescripción de medicamentos. MÉTODOS: El estudio fue realizado con usuarios catastrados en las Unidades de Estrategia de Salud de la Familia de Santa Cruz do Sul, Sur de Brasil, reclutados por muestreo consecutivo. Se consideraron nombre del medicamento, indicación terapéutica, dosis, horarios de administración, forma de utilización, duración del tratamiento, actitud en el caso de olvido de dosis, posibles efectos adversos e interacciones. Cada ítem de la escala fue ponderado según importancia para la utilización segura del medicamento prescripto. El cuestionario fue testado por medio de entrevista en los usuarios en 2006 y análisis de 320 prescripciones. Se hicieron cálculos estadísticos descriptivos, tasas de prevalencias y chi-cuadrado para variables categóricas y prueba de Tukey para comparación de promedios. RESULTADOS: El nivel de conocimiento de la terapia medicamentosa fue considerado bueno para 11,3% de los entrevistados, regular para 42,5% e insuficiente para 46,3%. Los mayores niveles de conocimiento fueron observados en los horarios de administración, indicación terapéutica y duración del tratamiento. Los menores niveles ocurrieron en dosis, efectos adversos y qué hacer en caso de olvido de una o más dosis del medicamento. CONCLUSIONES: El instrumento propuesto permitió examinar la magnitud de la laguna existente entre lo que el paciente debe saber y lo que él realmente sabe sobre sus medicamentos. Así, se pudo detectar focos de prevención, educación y acompañamiento para evitarse problemas relacionados con la utilización no segura de los medicamentos.