RESUMO CONTEXTO E OBJETIVO: Muitos pesquisadores têm sugerido que a aspirina previne enxaquecas. No entanto, a evidência não é clara. O objetivo deste estudo foi analisar as evidências disponíveis para os efeitos da aspirina como um profilático da enxaqueca. DESENHO E LOCAL: Revisão sistemática, realizada na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brasil, bem como na Universidade de São Paulo, Brasil. MÉTODOS: Foram realizadas buscas eletrônicas nas bases de dados MEDLINE/PubMed, Embase, WEB OF SCIENCE, Organização Mundial de Saúde, CENTRAL e OpenGrey. Nós buscamos manualmente estudos de intervenção publicados antes de abril de 2016, comparando efeitos da aspirina com um controle em adultos. Dois autores extraíram independentemente os dados de publicação, população recrutada, intervenção (dose de aspirina, acompanhamento e tratamento combinado) e os resultados principais (frequência, gravidade e duração da enxaqueca). Foi avaliada a qualidade dos estudos com a ferramenta da Cochrane para risco de viés. RESULTADOS: A nossa busca recuperou 1.098 referências, das quais 8 preencheram os critérios de seleção para esta revisão sistemática. A população total foi de 28,326 participantes (18-64 anos); a maioria (96%) de homens. A dosagem variou entre 50 a 650 mg/dia em todos os estudos. O risco de viés foi geralmente baixo ou pouco claro. O único desfecho para o qual a maioria dos estudos incluídos (6/8) relatou redução significativa foi a frequência de enxaqueca, que foi reduzida com uma dose de aspirina de pelo menos 325 mg/dia. CONCLUSÃO: A aspirina pode reduzir a frequência das enxaquecas; no entanto, a dosagem ideal não é clara.
ABSTRACT CONTEXT AND OBJECTIVE: Many researchers have suggested that aspirin prevents migraines. However, the evidence is unclear. The aim of this study was to analyze the available evidence on the effect of aspirin as a migraine prophylactic. DESIGN AND SETTING: Systematic review, conducted at the Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brazil, and at the University of São Paulo, Brazil. METHODS: We performed electronic searches in the databases of MEDLINE/PubMed, Embase, WEB OF SCIENCE, the World Health Organization, CENTRAL and OpenGrey, and we also searched manually for interventional studies published before April 2016 that compared the effects of aspirin with a control, in adults. Two authors independently extracted data on the publication, population recruited, intervention (aspirin dosage, follow-up and combined treatment) and main outcomes (frequency, severity and duration of migraine). We evaluated the quality of the studies using the Cochrane risk-of-bias tool. RESULTS: Our search retrieved 1,098 references, of which 8 met the selection criteria for this systematic review. The total population was 28,326 participants (18-64 years old); most (96%) were men. The dosage varied from 50 to 650 mg/day across the studies. The risk of bias was generally low or unclear. The only outcome for which most of the studies included (6/8) reported a significant reduction was frequency of migraine, which was reduced at an aspirin dosage of at least 325 mg/day. CONCLUSION: Aspirin can reduce the frequency of migraines. However, the optimal dosage is unclear.