INTRODUÇÃO: O transtorno de ansiedade social (TAS) é o transtorno de ansiedade mais comum, freqüentemente sem remissões, sendo comumente associado com importante prejuízo funcional e psicossocial. A Associação Médica Brasileira (AMB), através do "Projeto Diretrizes", busca desenvolver consensos de diagnóstico e tratamento para as doenças mais comuns. O objetivo deste trabalho é apresentar os achados mais relevantes das diretrizes relativas ao tratamento do TAS, servindo de referência para o médico generalista e especialista. MÉTODO: O método utilizado foi o proposto pela AMB. A busca foi realizada nas bases de dados do MEDLINE (PubMed), Scopus, Web of Science e Lilacs, entre 1980 e 2010. A estratégia utilizada baseou-se em perguntas estruturadas na forma P.I.C.O (acrônimo das iniciais "paciente ou população"; "intervenção, indicador ou exposição"; "controle ou comparação" e; "outcome ou desfecho"). RESULTADOS: Estudos evidenciam que o tratamento farmacológico de primeira linha para adultos e crianças são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina e os inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina, enquanto que a terapia cognitivo-comportamental é apontada como melhor tratamento psicoterápico. Além disso, algumas comorbidades psiquiátricas foram associadas a uma pior evolução do TAS. CONCLUSÕES: Apesar da alta prevalência, o TAS acaba por não receber a devida atenção e tratamento. A melhor escolha para o tratamento de adultos é a associação psicoterapia cognitivo-comportamental com inibidores seletivos de recaptação de serotonina e os inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina. Outras opções como benzodiazepínicos ou inibidores da monoamino-oxidase devem ser usados como segunda e terceira opção respectivamente.
INTRODUCTION: Social anxiety disorder (SAD) is the most common anxiety disorder, usually with no remission, and is commonly associated with significant functional and psychosocial impairment. The Brazilian Medical Association (BMA), with the project named Diretrizes (Guidelines, in English), seeks to develop consensus for the diagnosis and treatment of common diseases. The aim of this article is to present the most important findings of the guidelines on the treatment of SAD, serving as a reference for the general practitioner and specialist. METHOD: The method used was proposed by the BMA. The search was conducted in the databases of MEDLINE (PubMed), Scopus, Web of Science and LILACS, between 1980 and 2010. The strategy used was based on structured questions as PICO (acronym formed by the initials of "patient or population", "intervention, display or exhibition", "control or comparison" and "outcome"). RESULTS: Studies show that the first-line pharmacological treatment for adults and children are serotonin selective reuptake inhibitors and serotonin and norepinephrine reuptake inhibitors, whereas cognitive-behavioral therapy is considered the best psychotherapeutic treatment. Moreover, some psychiatric comorbidities were associated with a worse outcome of SAD. CONCLUSIONS: Despite its high prevalence, SAD does not receive adequate attention and treatment. The best choice for the treatment of adults is a combination of cognitive-behavioral psychotherapy with serotonin selective reuptake inhibitors and serotonin and norepinephrine reuptake inhibitors. Other options as benzodiazepines or monoamine oxidase inhibitors must be used as second and third choices, respectively.