RESUMO Objetivo: analisar as evidências científicas sobre as estratégias de enfrentamento e prevenção à COVID-19 implementadas às trabalhadoras sexuais, no contexto de diversos países. Métodos: revisão integrativa de literatura, com dados coletados nas bases PubMed, Scopus, Biblioteca Virtual em Saúde e Google Scholar usando os descritores booleanos “COVID-19” and “sex workers” and “Delivery of Health Care”, com recorte temporal de 2019 a 2020. Encontrou-se, a priori, 215 publicações. Após a seleção, ancorada nos critérios de inclusão e na resposta à pergunta norteadora, aproveitaram-se 19 artigos, cujas informações foram organizadas no quadro sinóptico e os textos analisados mediante o conteúdo semântico. Resultados: após análise de conteúdo das ações implementadas ou recomendadas nos diversos países, para que as profissionais do sexo possam se prevenir da contaminação pelo SARS-Cov-2, foram evidenciadas quatro categorias: ações programáticas/governamentais e respostas da sociedade; combate aos estigmas envoltos do trabalho sexual; educação em saúde através de recursos tecnológicos/digitais e midiáticos; readequação dos serviços de saúde. Conclusão: as iniquidades de gênero, raça e classe, bem como os estigmas sociais têm sido mantidas por Estados regidos pelo patriarcado e, por isso, são as principais barreiras para adoção de estratégias de enfrentamento à COVID-19 por parte das trabalhadoras sexuais. Ainda assim, ações intersetoriais foram implementadas/recomendadas em diversos países como a readequação dos serviços de saúde sexual, incentivos financeiros para melhoria dos serviços das operadoras de sinal e tecnologias digitais para implementação de ações efetivas à promoção da educação em saúde e possibilitar a distribuição de insumos para proteção e prevenção individual.
ABSTRACT Objective: to analyze the scientific evidence on COVID-19 coping and prevention strategies implemented to female sex workers in the context of several countries. Methods: this is an integrative literature review, with data collected in the PubMed, Scopus, Virtual Health Library and Google Scholar databases using the Boolean descriptors “COVID-19” and “sex workers” and “Delivery of Health Care”, with a time frame from 2019 to 2020. A priori, 215 publications were found. After selection, anchored in the inclusion criteria and in the answer to the guiding question, 19 articles were used, whose information was organized in a synoptic table, and the texts were analyzed using semantic content. Results: after content analysis of actions implemented or recommended in different countries, so that female sex workers can prevent contamination by Sars-CoV-2, four categories were highlighted: programmatic/governmental actions and responses from society; combating the stigmas involved in sex work; health education through technological/digital and media resources; adjustment of health services. Conclusion: gender, race and class inequalities, as well as social stigmas, have been maintained by states governed by patriarchy and, therefore, are the main barriers for female sex workers to adopt strategies to combat COVID-19. Even so, intersectoral actions have been implemented/recommended in several countries such as the adjustment of sexual health services, financial incentives to improve the services of signal operators and digital technologies to implement effective actions to promote health education and enable the distribution of inputs for individual protection and prevention.
RESUMEN Objetivo: analizar la evidencia científica sobre las estrategias de afrontamiento y prevención del COVID-19 implementadas a las trabajadoras sexuales, en el contexto de varios países. Métodos: revisión integradora de la literatura, con datos recopilados en las bases de datos PubMed, Scopus, Virtual Health Library y Google Scholar utilizando los descriptores booleanos “COVID-19” and “sex workers” and “Delivery of Health Care”, con un marco temporal de 2019 a 2020. A priori, se encontraron 215 publicaciones. Tras la selección, anclada en los criterios de inclusión y en la respuesta a la pregunta orientadora, se utilizaron 19 artículos, cuya información se organizó en la tabla sinóptica y los textos se analizaron a través del contenido semántico. Resultados: luego del análisis de contenido de las acciones implementadas o recomendadas en diferentes países, para que las trabajadoras sexuales puedan prevenir la contaminación por Sars-CoV-2, se destacaron cuatro categorías: acciones programáticas/gubernamentales y respuestas de la sociedad; combatir los estigmas relacionados con el trabajo sexual; educación para la salud a través de recursos tecnológicos/digitales y mediáticos; reajuste de los servicios de salud. Conclusión: las inequidades de género, raza y clase, así como los estigmas sociales, han sido mantenidos por estados gobernados por el patriarcado y, por lo tanto, son las principales barreras para que las trabajadoras sexuales adopten estrategias para enfrentar el COVID-19. Aun así, se han implementado/recomendado acciones intersectoriales en varios países como el reajuste de los servicios de salud sexual, incentivos financieros para mejorar los servicios de los operadores de señales y tecnologías digitales para implementar acciones efectivas que promuevan la educación en salud y permitan la distribución de insumos para la protección y prevención individual.