Resumo Plantas parasitas são frequentemente associadas a perdas agrícolas e silvo pastoris. Entretanto, elas são espécies chave na dinâmica dos ecossistemas. Os gêneros Cuscuta (Convolvulaceae) e Cassytha (Lauraceae) são ambos parasitas filiformes que têm evoluído em habitats similares, sendo a morfologia dos seus ramos notavelmente similar durante sua fase vegetativa. Devido ao fato de ambos os gêneros serem comuns nos trópicos, erros de identificação são frequentes, o que prejudica a compreensão de suas distribuições geográficas, biologia, e ecologia, bem como o desenvolvimento de medidas de controle ou práticas de manejo e conservação adequadas. Esse estudo oferece um detalhado guia de identificação para taxonomistas e cientistas agrários, usando ramos vegetativos e estruturas reprodutivas de representantes dos dois gêneros, tanto de coleções vivas como herborizadas. Estão incluídas uma chave de identificação, uma tabela comparativa, descrições detalhadas, fotografias e ilustrações como subsídio para as identificações. A atual prática de observação macroscópica dos ramos filiformes, na qual muitos profissionais se apoiam, mostra-se insuficiente para distinguir os dois gêneros. A análise micro morfológica dos ramos e/ ou das flores ou frutos é necessária para uma identificação conclusiva.
Abstract Parasitic plants are often associated with agricultural, forestry and grassland economic losses, but they are also keystone species in their natural ecosystems. Cuscuta (Convolvulaceae) and Cassytha (Lauraceae) are parasitic plants which have evolved similar stem habit and morphology, rendering them remarkably similar during the vegetative stage. Since both genera are common in the tropics, misidentifications are frequent, which is detrimental for understanding their geographical distribution, biology and ecology, as well as to the development of adequate control or conservation practices. We here present a practical identification guide for a clear and accurate distinction between Cuscuta and Cassytha, using stems and reproductive structures of both fresh plants and herbarium specimens, aimed at taxonomists and agricultural experts. An identification key, a comparative table, detailed descriptions and illustrations are included to facilitate genus recognition. The current practice of macroscopic observation of the filiform stems, on which many professionals rely, may not be enough to distinguish the two genera. The analysis of stem micromorphology, and/or of the flower or fruit morphology, are necessary for a conclusive identification.