RACIONAL: A exenteração pélvica tem sido a melhor opção terapêutica radical para o tratamento dos tumores de reto T4. No entanto, essa operação ainda permanece com mortalidade significante e alta morbidade. OBJETIVO: Relatar série de 15 casos de exenteração pélvica para tumores de reto T4, analisando a morbidade, mortalidade e sobrevida dos pacientes. MÉTODOS: Foram estudados 15 pacientes com câncer de reto T4 no Serviço de Cirurgia Geral - Oncocirurgia do Hospital do Servidor Publico Estadual de São Paulo, SP, submetidos a exenteração pélvica no período de 1998 e 2006. Sete eram do sexo masculino enquanto oito eram do sexo feminino, com média de idade de 65 anos. Todos apresentavam sintomas incapacitantes. As operações foram: exenteração infra-elevadora (n = 6), exenteração supra-elevadora (n = 4), exenteração posterior (n = 3) e exenteração posterior com cistectomia e ureterectomia parciais (n = 2). RESULTADOS: A média de tempo cirúrgico foi de 403 minutos (280-485). A média de sangramento foi de 1620 mL (300-4800). A mortalidade pós-operatória foi de 6,66% (n = 1). A morbidade pós-operatória foi de 53,3% (n = 8). Os exames histológicos evidenciaram que todas as ressecções foram R0. Envolvimento linfonodal foi observado em quatro pacientes (26,66 %) sendo que todos faleceram em decorrência da neoplasia. A sobrevida global em cinco anos foi de 35,7%. CONCLUSÃO: A exenteração pélvica ainda apresenta alta morbidade, no entanto permanece justificada, pois pode conferir maior controle do câncer de reto T4 em longo prazo.
BACKGROUND: Pelvic exenteration is the best therapeutic choice for treatment of T4 rectal cancer. Although, this operation still presents considerable mortality and high morbidity. AIM: To report on a series of 15 patients with a T4 rectal cancer at a general hospital and describe the outcomes (morbidity, mortality and long-term survival) following pelvic exenteration. METHODS: Complete follow-up data were available on 15 patients who underwent pelvic exenteration for T4 rectal cancer between 1998 and 2006. These subjects comprised seven men and eight women with a mean age of 65 years. All of them presented serious incapacitating complaints. The surgical procedures included: infraelevator exenteration (n = 6), supraelevator exenteration (n = 4), posterior exenteration (n = 3) and, posterior exenteration plus partial cystectomy and ureterectomy (n = 2). RESULTS: The mean duration of surgery was 403 minutes (280-485). The mean blood loss was 1620 mL (300-4.800). The postoperative mortality was 6,66% (n = 1). The overall rate morbidity was 53,3% (n = 8). The pathological examination showed that all resections were R0. Lymph node involvement was present in four patients (26,66 %), and all of them died due to tumor recurrence. The overall 5-year survival rate was 35,7%. CONCLUSION: In spite of its aggressive nature and high morbidity, pelvic exenteration seems justified in rectal carcinoma when the disease extends to the urinary or genital tract. This procedure may offer long-term disease control.