OBJETIVO: Quantificar morfometricamente as células dendríticas DC CD1a+ e DC DC-SIGN+ em pacientes HIV positivos portadores de neoplasia escamosa intraepitelial anal e avaliar os efeitos da infecção pelo HIV, da terapia antirretroviral e da infecção pelo HPV sobre as células dendríticas epiteliais e subepiteliais. MÉTODOS: Um estudo prospectivo foi realizado para analisar morfometricamente o volume relativo das células dendríticas e as relações entre neoplasia intraepitelial anal e o câncer em pacientes HIV positivos da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, Brasil.Todos os pacientes foram submetidos a biópsia da mucosa retal para realizar uma análise clássica histopatológica e imunohistoquímica utilizando anticorpos contra anti-CD1a e anti-DC-SIGN, para a quantificação morfométrica das células dendríticas. RESULTADOS: Os pacientes HIV negativos apresentaram densidade das DC CD1a+ significativamente maior do que a dos pacientes HIV positivos (3,75 versus 2,54) (p:0,018), e os pacientes com severa apresentaram correlação das DC CD1a com os níveis de células TCD4(p:0,04) assim como a carga viral do HIV-1 (p:0,035). Observamos no subgrupo HIV-positivo/HAART positivo elevação não significativa na mediana da densidade das DC CD1a+ em relação ao grupo HIV-positivo/HAART negativo. As DC CD1a+ também se elevaram nos pacientes HIV negativo portadores de condiloma anorretal(2,33 para 3,53; p:0,05), com efeito inverso nos pacientes HIV positivos. CONCLUSÕES: Nossos dados confirmam a potencialização da ação sinérgica representada pela coinfecção HIV-HPV sobre o epitélio anal, fragilizando as DC em sua função primordial de vigilância imune. Notoriamente nos pacientes com neoplasia intraepithelial anal grave, a densidade das DC CD1a+ epiteliais sofreu influência da carga viral do HIV-1. Nosso estudo descreveu pela primeira vez a densidade das DC subepiteliais DC-SIGN+ em pacientes com neoplasia intraepithelial anal severa e apontamos para a possibilidade de que a terapia específica para o HIV induza a recuperação da densidade das DC epiteliais.
PURPOSE: To morphometrically quantify CD1a+ dentritic cells and DC-SIGN+ dendritic cells in HIV-positive patients with anal squamous intraepithelial neoplasia and to evaluate the effects of HIV infection, antiretroviral therapy and HPV infection on epithelial and subepithelial dendritic cells. METHODS: A prospective study was performed to morphometrically analyze the relative volume of the dendritic cells and the relationship between anal intraepithelial neoplasia and cancer in HIV-positive patients from the Tropical Medicine Foundation of Amazonas, Brazil. All patients were submitted to biopsies of anorectal mucosa to perform a classic histopathological and immunohistochemical analysis, employing antibodies against CD1a and DC-SIGN for the morphometric quantification of dendritic cells. RESULTS: HIV-negative patients displayed a CD1a DC density significantly higher than that of HIV-positives patients (3.75 versus 2.54) (p=0.018), and in patients with severe anal intraepithelial neoplasia had correlated between DC CD1a density with levels of CD4 + cells (p: 0.04) as well as the viral load of HIV-1 (p: 0.035). A not significant rise in the median density of CD1a+ DC was observed in the HIV positive/ HAART positive subgroup compared to the HIV positive/ HAART negative subgroup. The CD1a+ DC were also significantly increased in HIV-negative patients with anorectal condyloma (2.33 to 3.53; p=0.05), with an opposite effect in HIV-positive patients. CONCLUSIONS: Our data support an enhancement of the synergistic action caused by HIV-HPV co-infection on the anal epithelium, weakening the DC for its major role in immune surveillance. Notoriously in patients with severe anal intraepithelial neoplasia, the density of CD1a+ epithelial dendritic cells was influenced by the viral load of HIV-1. Our study describes for the first time the density of subepithelial DC-SIGN+ dendritic cells in patients with anal severe anal intraepithelial neoplasia and points to the possibility that a specific therapy for HIV induces the recovery of the density of epithelial DC.