RESUMO No futebol, a fadiga é tradicionalmente investigada sob uma perspectiva neuromuscular e metabólica. Entretanto, já que o futebol é uma das modalidades esportivas com maior demanda cognitiva, acredita-se que a exigência de elevados níveis atencionais e as frequentes tomadas de decisões sejam fatores que influenciem o desempenho dos jogadores de futebol. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi verificar, através de uma revisão sistemática, os efeitos da fadiga mental sobre o desempenho físico, técnico, tático e cognitivo dos jogadores de futebol. Foram realizadas buscas nas bases de dados eletrônicas Pubmed, Web of Science e Scopus até 30 de abril de 2018. Incluiram-se artigos que utilizaram um protocolo de fadiga mental através das tarefas cognitivas realizadas previamente a uma tarefa física ou cognitiva relacionada ao futebol. Somente foram selecionados estudos que apresentaram um desenho experimental com a condição controle (sem fadiga mental) e experimental (com fadiga mental). No total, foram selecionados seis estudos que atenderam aos critérios estabelecidos, um estudo por busca reversa e outro por indicação dos autores. Os resultados indicaram menores distâncias percorridas em testes físicos, enquanto que os efeitos da fadiga mental sobre o desempenho físico em jogos reduzidos não foram evidentes. Em testes técnicos, houve maior número de penalizações em passes e menor precisão e velocidade da bola nos chutes na condição de fadiga mental. Em relação às variáveis táticas, foram encontrados efeitos prejudiciais da fadiga mental sobre a sincronização entre os jogadores das equipes e o desempenho tático individual em ações defensivas. Em testes cognitivos, também foram verificados efeitos negativos sobre o tempo e a precisão para a tomada de decisão dos jogadores em testes de vídeo. A partir dos resultados dos estudos analisados, torna-se possível inferir que a fadiga mental é um fator que influencia negativamente o desempenho dos jogadores de futebol. Nível de evidência II; Revisão sistemática.
ABSTRACT Fatigue in soccer players is traditionally investigated based on neuromuscular and metabolic factors. However, given that soccer is one of the sports that has the highest cognitive demand, it is believed that players' performance might also be influenced by the high levels of attention, and frequent decision-making required in soccer. This systematic review aimed to verify the effects of mental fatigue on physical, technical, tactical and cognitive performance of soccer players. We searched in the electronic databases Pubmed, Web of Science and Scopus, for articles published up to 30 April 2018. We included articles that used a protocol of mental fatigue through cognitive tasks performed prior to a physical or cognitive task related to soccer. Only studies that presented an experimental design with the control condition (without mental fatigue) and the experimental condition (with mental fatigue) were selected. A total of six articles met the inclusion criteria, one study by backward reference search and other through the authors' indication. The results showed smaller distances covered in physical tests, while the effects of mental fatigue on physical performance in small-sided games were not clear. In technical tests, there were more penalties in passes and less accuracy and speed when kicking the ball when players were in conditions of mental fatigue. Regarding the tactical variables, it was found that mental fatigue had a detrimental effect on the synchronization between team players and on individual tactical performance in defensive actions. In cognitive tests, based on video recordings of game play, negative effects on the players' speed and accuracy of decision-making were observed. According to the results of the literature search, it can be inferred that mental fatigue is a factor that has a negative influence on soccer performance. Level of evidence II; Systematic review.
RESUMEN En el fútbol, la fatiga es tradicionalmente investigada desde una perspectiva neuromuscular y metabólica. Entretanto, ya que el f'útbol es una de las modalidades deportivas con mayor demanda cognitiva, se cree que la exigencia de elevados niveles de atención y las frecuentes tomas de decisión sean factores que influencien el desempeño de los jugadores de fútbol. Siendo así, el objetivo del presente estudio fue verificar, a través de una revisión sistemática, los efectos de la fatiga mental sobre el desempeño físico, técnico, táctico y cognitivo de los jugadores de fútbol. Fueron realizadas búsquedas en las bases de datos electrónicas Pubmed, Web of Science y Scopus hasta 30 de abril de 2018. Se incluyeron artículos que utilizaron un protocolo de fatiga mental a través de las tareas cognitivas realizadas previamente a una tarea física o cognitiva relacionada al fútbol. Solamente fueron seleccionados estudios que presentaron un diseño experimental con la condición control (sin fatiga mental) y experimental (con fatiga mental). En total, fueron seleccionados seis estudios que atendieron los criterios establecidos, un estudio por búsqueda reversa y otro por indicación de los autores. Los resultados indicaron menores distancias recorridas en tests físicos, mientras que los efectos de la fatiga mental sobre el desempeño físico en partidos reducidos no fueron evidentes. En tests técnicos, hubo mayor número de penalizaciones en pases y menor precisión y velocidad de la pelota en los tiros en la condición de fatiga mental. Con relación a las variables tácticas, fueron encontrados efectos perjudiciales de la fatiga mental sobre la sincronización entre los jugadores de los equipos y el desempeño táctico individual en acciones defensivas. En tests cognitivos, también fueron verificados efectos negativos sobre el tiempo y la precisión para la toma de decisión de los jugadores en tests de vídeo. A partir de los resultados de los estudios analizados, se hace posible inferir que la fatiga mental es un factor que influencia negativamente el desempeño de los jugadores de fútbol. Nivel de evidencia II; Revisión sistemática.