OBJETIVO: Avaliar os efeitos da pressão positiva expiratória final e da intervenção fisioterápica na fase I da reabilitação cardiovascular sobre o comportamento da função pulmonar e da força muscular inspiratória e sobre o pós-operatório de cirurgia cardíaca. MÉTODO: Estudo prospectivo, randomizado, com 24 pacientes, separados em 2 grupos: GEP (n=8), que realizaram exercícios respiratórios com pressão positiva expiratória nas vias aéreas associados à intervenção fisioterápica; e GFI (n=16), que realizaram somente a intervenção fisioterápica. A função pulmonar foi avaliada pela espirometria no pré e 5º dia pós-operatório; a força muscular inspiratória pela pressão inspiratória máxima no pré, 1º e 5º dias pós-operatório. RESULTADOS: As variáveis espirométricas mostraram reduções significativas do pré para o 5º dia pós-operatório no GFI, porém no GEP, observou-se redução apenas para capacidade vital (p<0,05). Com relação às diferenças entre os tratamentos, foram observados menores valores no GFI para o pico de fluxo no 5º dia pós-operatório. Foram observadas reduções significativas da pressão inspiratória máxima do pré para 1º dia pós-operatório em ambos os grupos. A pressão inspiratória máxima mostrou reduções significativas da situação pré para o 5º pós-operatório somente no GFI (p<0,05). CONCLUSÕES: Estes dados sugerem que a cirurgia cardíaca produz reduções da força muscular inspiratória, dos volumes e fluxos pulmonares e que a pressão positiva associada à intervenção fisioterápica foi mais eficiente em minimizar essas alterações do que quando a fisioterapia foi realizada de forma isolada. Entretanto, os volumes pulmo nares não foram completamente restabelecidos até o 5º dia pós-operatório em ambos os grupos, sendo necessária a continuidade dos tratamentos após a convalescença hospitalar.
PURPOSE: To evaluate the effects of positive end expiratory pressure and physiotherapy intervention during Phase I of cardiac rehabilitation on the behavior of pulmonary function and inspiratory muscle strength in postoperative cardiac surgery. METHODS: A prospective randomized study, in which 24 patients were divided in 2 groups: a group that performed respiratory exercises with positive airway expiratory pressure associated with physiotherapy intervention (GEP, n = 8) and a group that received only the physiotherapy intervention (GPI, n = 16). Pulmonary function was evaluated by spirometry on the preoperative and on the fifth postoperative days; inspiratory muscle strength was measured by maximal inspiratory pressure on the same days. RESULTS: Spirometric variables were significantly reduced from the preoperative to the fifth postoperative day for the GPI, while the GEP had a significant reduction only for vital capacity (P < .05). When the treatments were compared, smaller values were observed in the GPI for peak flow on the fifth postoperative day. Significant reductions of maximal inspiratory pressure from preoperative to the first postoperative day were found in both groups. However, the reduction in maximal inspiratory pressure from the preoperative to the fifth postoperative day was significant only in the GPI (P < .05). CONCLUSIONS: These data suggest that cardiac surgery produces a reduction in inspiratory muscle strength, pulmonary volume, and flow. The association of positive expiratory pressure with physiotherapy intervention was more efficient in minimizing these changes, in comparison to the physiotherapy intervention alone. However, in both groups, the pulmonary volumes were not completely reestablished by the fifth postoperative day, and it was necessary to continue the treatment after hospital convalescence.