Resumo Contexto Atualmente, recomenda-se como primeira opção cirúrgica de varizes a termoablação da veia safena; porém, esse procedimento não é realizado pelo Sistema Único de Saúde do Brasil. Como forma de incluir melhores resultados, técnicas cirúrgicas esforçam-se para mimetizar as novas tecnologias sem seus custos, sendo a principal delas a realização da safenectomia convencional sem ligadura das suas tributárias. Objetivos Avaliar a evolução do coto residual após safenectomia sem ligadura alta da junção safeno-femoral associada à invaginação do mesmo, assim como avaliar o comportamento das veias acessórias anterior/posterior. Métodos Estudo prospectivo e intervencionista. Foram operados 52 membros pela técnica de safenectomia sem ligadura alta da junção safeno-femoral seguida da invaginação do coto residual. Os pacientes foram avaliados no pré e pós-operatório (7 dias, 3, 6 e 12 meses) através de ultrassonografia vascular com Doppler para análise de diâmetro e extensão do coto residual, diâmetro e refluxo na veia acessória anterior/posterior e presença de neovascularização. A análise estatística foi realizada por média, desvio padrão, mediana, valor mínimo e máximo, frequências e percentuais, teste de Fisher e bimodal. Resultados Evidenciou-se um efeito significativo do tempo sobre a medida de diâmetro (p < 0,001) e da extensão (p = 0,002) do coto residual, porém o mesmo não foi observado quanto ao diâmetro (p = 0,355) ou refluxo na veia acessória anterior. Foi identificada neovascularização em 7 (14,3%) membros. Conclusões Após a utilização da técnica descrita, o coto residual apresentou retração e diminuição do seu diâmetro no período de 1 ano e não transmitiu refluxo para veia acessória. As taxas de neovascularização foram condizentes com a literatura.
Abstract Background Currently, the first-choice option recommended for varicose vein surgery is thermal ablation of the saphenous vein, but this procedure is not available on the Brazilian National Health Service (SUS - Sistema Único de Saúde). In an effort to improve results, surgical techniques have been developed to mimic the new technologies, without their high costs. The most prominent such method involves conventional saphenectomy, without ligation of tributaries. Objectives To assess progression of the residual stump after saphenectomy without high ligation of the saphenofemoral junction but with stump invagination and to assess the behavior of anterior/posterior accessory veins. Methods Prospective intervention study. A total of 52 limbs were treated with saphenectomy without high ligation of the saphenofemoral junction followed by invagination of the residual stump. Patients were assessed preoperatively and at 7 days, and 3, 6, and 12 months postoperatively using vascular ultrasonography with Doppler to analyze the length of the residual stump, the diameters of the residual stump and the anterior/posterior accessory vein, reflux in the accessory vein, and presence of neovascularization. Statistical analysis involved calculation of means, standard deviations, medians, minimum and maximum values, frequencies, and percentages, and Fisher’s test and the binomial test. Results There was evidence of a significant time effect on residual stump diameter (p < 0.001) and length (p = 0.002), but the same was not observed with relation to diameter (p = 0.355) or reflux of the anterior accessory vein. Neovascularization was found in 7 (14.3%) limbs. Conclusions After use of the technique described, the residual stump retracted, its diameter reduced over the 1 year postoperative period, and it did not transfer reflux to the accessory vein. Neovascularization rates were in line with the literature.