Resumo O artigo destaca a dificuldade de se definir “fascismo”. Mesmo assim, nota como foram elaboradas concepções genéricas de fascismo, a partir das quais, variados casos podem ser confrontados. Chama igualmente a atenção para a existência de uma dimensão institucional e uma dimensão ideológica no fascismo; a primeira tendo sido enfrentada, a segunda negligenciada. Ao se confrontar o Brasil com “fascismo clássico”, indica que aqui não teríamos a criação de algo novo, mas a explicitação de traços profundamente arraigados de nossa sociedade. Nesse sentido, é sugerido que entre nós, mais do que falar propriamente em fascismo, se poderia apontar para a existência de algo como um “fascismo latente”, sempre capaz de vir à tona e, portanto, especialmente preocupante.
Abstract The article points out to the difficulty of defining “fascism”. Nevertheless, generic views about fascism were elaborated, what makes possible the comparison between different cases. It also shows that there is both an institutional as well as an ideological dimension to fascism; the first having been confronted, the second neglected. Confronting the Brazil of Bolsonaro with “classic fascism”, it shows that something new was not created, but deep traits of Brazilian society were revealed. Thus, it is suggested that more than fascism it would be adequate to speak of a “latent fascism”, which could always come up and is, consequently, specially worrying.