OBJETIVO: Avaliar a saúde reprodutiva em homens com lúpus eritematoso sistêmico (LES) e compará-la com controles saudáveis. MÉTODOS: Vinte e cinco pacientes com LES do sexo masculino foram avaliados com dados demográficos, exame urológico (incluindo parâmetros pubertários e função sexual/erétil), ultrassonografia testicular com Doppler, perfil hormonal, análise seminal, características clínicas e tratamento. O grupo-controle incluiu 25 homens saudáveis. RESULTADOS: A mediana da idade atual foi similar nos pacientes com LES comparada aos controles (26 versus 27 anos, P = 0,756). As frequências de disfunções sexual/erétil foram significativamente maiores nos pacientes com LES em relação aos controles (20% versus 0%, P = 0,0001) e o número de gestações espontâneas foi menor (20% versus 60%, P = 0,0086). Uma tendência de uso infrequente de contraceptivos foi observada em pacientes com LES comparada aos controles (48% versus 76%, P = 0,079). Além disso, as frequências de parâmetros de disfunção gonadal: atrofia testicular avaliada pela ultrassonografia (36% versus 8%, P = 0,037), níveis elevados de FSH e/ou LH (36% versus 0%, P = 0,002) e alterações dos espermatozoides (48% versus 0%, P = 0,0001) foram estatisticamente maiores nos pacientes com LES versus controles. Os pacientes com LES e disfunção sexual/erétil não realizaram atividade sexual no último mês versus 95% dos pacientes sem disfunção (P = 0,0001). Entretanto, nenhuma diferença foi evidenciada nos pacientes com LES com e sem disfunção sexual/erétil em relação a dados demográficos, atividade da doença, dano cumulativo e tratamento. CONCLUSÃO: Este é o primeiro estudo que identificou disfunção sexual/erétil e gonadal em homens lúpicos. Uma abordagem multidisciplinar é essencial para oferecer medidas preventivas para esses pacientes.
OBJECTIVE: To assess reproductive health in male systemic lupus erythematosus (SLE) patients and compare them with controls. METHODS: Twenty-five male SLE patients were evaluated for demographic data, urologic evaluation (including pubertal parameters, sexual/erectile function), testicular Doppler ultrasound, hormone profile, semen analysis, clinical features and treatment. The control group included 25 healthy men. RESULTS: The current median age was similar in SLE patients compared with controls (26 versus 27 years, P = 0.756). The frequencies of sexual/erectile disfunction were significantly higher (20% versus 0%, P = 0.0001) and the number of spontaneous pregnancies were lower in SLE patients than in controls (20% versus 60%, P = 0.0086). A trend to low contraceptive use was observed in SLE patients compared with controls (48% versus 76%, P = 0.079). Moreover, the frequencies of gonadal dysfunction parameters, such as testicular atrophies measured by ultrasound (36% versus 8%, P = 0.037), elevated FSH and/or LH levels (36% versus 0%, P = 0.002), and sperm abnormalities (48% versus 0%, P = 0.0001), were statistically higher in SLE patients versus controls. SLE patients with sexual/erectile disfunction had no sexual activity in the last month versus 95% of SLE patients without dysfunction (P = 0.0001). On the other hand, no differences were evidenced in SLE patients with or without sexual/erectile disfunction according to demographic data, disease activity, cumulative damage and treatment. CONCLUSION: This is the first study to identify sexual/erectile and gonadal disfunction in male SLE patients. A multidisciplinary approach is essential in order to offer preventive measures for these patients.