O uso da técnica da reflectometria no domínio do tempo (TDR), para determinação da umidade do solo, vem ganhando cada vez mais espaço e a medição da umidade por camadas do solo através de hastes segmentadas é um recurso que amplia a utilidade desta técnica. Estudos do desempenho do TDR com hastes segmentadas são poucos e sugerem problemas na sua utilização. Um experimento com 48 hastes TDR de cinco segmentos, instaladas em uma transeção num Latossolo Vermelho-amarelo, de textura média, foi conduzido em dois períodos nos anos de 2000 e 2001, com a coleta de dados de umidade através de tensiometria e da leitura do TDR. Efetuou-se uma determinação intensiva de curvas de retenção da água no solo, de modo a se utilizar, como padrão, a umidade determinada por tensiometria. A análise dos dados revelou que o padrão de variação das leituras do TDR divergiu entre os dois períodos, ao contrário da umidade. Não foi possível encontrar uma curva de calibração que pudesse ser utilizada em todas as hastes. Ajustes por profundidade ou por haste exibiram coeficientes de determinação muito baixos. As curvas de calibração ajustadas aos dados de cada segmento mostraram grande variedade de respostas, com coeficientes de determinação desde próximo de zero até acima de 0,98, não sendo possível identificar tendências nessas variações; além do que, elas não se manifestaram correlacionadas entre um período e outro mas, de modo geral, indicaram menor variabilidade e maior coeficiente de determinação para o primeiro período que para o segundo. A análise de semelhanças do coeficiente angular das retas de calibração sugere dependência espacial para algumas camadas, embora não tenha sido possível modelá-la; também, não se encontrou relação da calibração com alguns atributos do solo determinados. Referidas análises foram comprometidas pela grande variabilidade encontrada para a taxa de resposta do TDR em função da umidade do solo, o que, na prática, pode inviabilizar o uso deste tipo de TDR segmentado no campo.
The time domain reflectometry (TDR) technique has become a popular way of measuring soil water content and the use of multilevel probes increases its applicability. The few existent studies about multilevel probes in the field suggest their use could be problematic. An experiment with 48 five-segment probes was conducted in a transect in a Red-yellow Oxisol during two periods in 2000 and 2001, collecting data of soil water content by tensiometry simultaneously with the respective TDR measurement. Detailed soil water retention curves were obtained to allow use of tensiometer observations as a standard. Analysis showed that TDR response pattern was different between periods contrary to soil water content. It was not possible to obtain a calibration curve that could be used for all probes. Adjustments per probe or layer showed very small determination indexes. Calibration curves fitted to the data per segment showed high variability, with coefficient of determination between close to zero and above 0.98, and no trends were found in these variations. Calibration curves from the first period were not correlated to those from the second. Generally variations were smaller and determination cofficientes higher for the first period. Spatial dependence appeared to exist between calibration curves at some depths, but it could not be modeled. No correlation was found between calibration and some soil attributes. These analyses were difficult due to the large variability found for the relation between TDR response and soil water content, suggesting this kind of TDR probe is unsuitable for field applications.