Resumo: O estudo teve dois objetivos: (a) investigar as desigualdades raciais enquanto uma dimensão específica que afeta a prevalência de dor de dente em adolescentes brasileiros, e (b) analisar as variações regionais na prevalência de dor de dente. O estudo transversal usou dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada com adolescentes em 2009, 2012 e 2015. Dor de dente foi avaliada com a pergunta: “Nos últimos seis meses, você teve dor de dente?”. As principais exposições foram raça/cor e macrorregiões brasileiras, usadas para avaliar as desigualdades relacionadas ao desfecho. Sexo, idade, tipo de escola e escolaridade materna foram as covariáveis utilizadas. A significância estatística das tendências na prevalência de dor de dente foi testada com regressão linear. As análises foram realizadas com o programa estatístico Stata 13.0, usando o comando svy. A prevalência padrão de dor de dente foi 18,8%, 21,1% e 23,7%, com uma tendência crescente ao longo do tempo (p < 0,001). Foram observadas desigualdades absolutas na prevalência de dor de dente de acordo com raça e macrorregião. A prevalência mais alta esteve associada ao sexo feminino, raça não-branca, escola pública e Região Norte do país. Os índices de desigualdade aumentaram no grupo de meninas negras, refletidos em um aumento na prevalência de dor de dente em meninas cujas mães tinham menos escolaridade. A prevalência de dor de dente em adolescentes brasileiros aumentou ao longo do tempo, e as desigualdades em relação à dor de dente persistiram nas populações marginalizadas e de acordo com a região do país.
Abstract: The aim of the study is: (a) investigate the racial inequalities as one specific dimension that affects dental pain in Brazilian adolescents; and (b) investigate the regional variations of dental pain. This cross-sectional study used data from Brazilian National Survey of School Health (PeNSE), carried out with adolescents in 2009, 2012 and 2015. Dental pain was evaluated through the question: “Did you have dental pain in the last six months?”. The main exposures were race and Brazilian regions, used to evaluate inequalities related to the outcome. Sex, age, school type and maternal education were used as covariables. The statistical significance of the trends in dental pain was tested using linear regression. The analysis was conducted in Stata 13.0 statistical package using the svy command. The standard prevalence of dental pain was 18.8%, 21.1% and 23.7%, showing an increasing trend over time (p < 0.001). We observed absolute inequalities in dental pain related to race and regions. A higher prevalence was found in non-white girls of public schools and in the Northern Region. The indexes of inequalities increased in the group of black girls, related to an increase of dental pain predominantly in girls whose mothers had lower educational level. It was observed that the prevalence of dental pain in Brazilian adolescents increased over time as well as its inequalities, which remained in marginalized populations and linked to Brazilian regions.
Resumen: El objetivo del estudio fue doble: (a) investigar las desigualdades raciales, como una dimensión específica que afecta al dolor dental, en adolescentes brasileños; e (b) investigar las variaciones regionales del dolor dental. Este estudio transversal usó datos de la Encuesta Nacional de Salud del Escolar (PeNSE), llevada a cabo con adolescentes en 2009, 2012 y 2015. El dolor dental fue evaluado por la pregunta: “En los últimos seis meses, ¿sufriste dolor dental?”. Los principales factores de exposición fueron raza y regiones brasileñas, y se usaron para evaluar las desigualdades relacionadas con los resultados. Sexo, edad, tipo de escuela y educación maternal fueron las covariables usadas. La significación estadística de las tendencias en el dolor dental fue probada usando regresión lineal. El análisis se realizó con el paquete estadístico Stata 13.0, usando el comando svy. El estándar de prevalencia de dolor dental fue 18,8%, 21,1% y 23,7%, con tendencia a aumentar a lo largo del tiempo (p < 0.001). Se observaron desigualdades absolutas en el dolor dental, relacionadas con raza y regiones. Se encontró una prevalencia más alta en chicas, de raza no blanca, escuelas públicas y Región del Norte. Los índices de desigualdades se incrementaron en el grupo de chicas negras, en detrimento de un incremento en la prevalencia del dolor dental en chicas cuyas madres contaban con menos educación formal. Se observó que la prevalencia de dolor dental en adolescentes brasileñas se incrementó a lo largo del tiempo y las desigualdades, respecto al dolor dental, continuaron manteniéndose en el tiempo en poblaciones marginalizadas y acordes con determinadas regiones brasileñas.