Resumo Fundamento: A obesidade infantil é um importante problema de saúde no mundo. Nesse contexto, há uma necessidade para o desenvolvimento e a avaliação de intervenções educativas inovadoras que objetivem a prevenção e a formação de hábitos saudáveis. Objetivo: Avaliar o impacto de workshops lúdicos sobre o conhecimento, autocuidado, e peso corporal de crianças. Métodos: Esse foi um estudo clínico randomizado, com 79 estudantes com idade entre 7 e 11 anos. Medidas antropométricas foram coletadas, e dois questionários (DAFA, Dia Típico de Atividades Físicas e de Alimentação e o CARDIOKIDS, um questionário de conhecimento sobre fatores de risco cardiovasculares) foram aplicados no basal, ao final da intervenção, e três meses depois. A intervenção consistiu em oito workshops lúdicos, que incluiu a apresentação de uma peça de teatro. Resultados: Setenta e nove estudantes foram randomizados para o grupo intervenção (n = 40) ou para o grupo controle (n = 39). A idade média foi 10 ± 1,1 anos. Após oito semanas, o grupo intervenção mostrou uma melhora significativa no escore de conhecimento (p < 0,01). Houve um aumento nos escores de atividade física em ambos os grupos, mas sem diferença entre os grupos no final da intervenção (p=0,209). Observou-se uma redução no percentil do IMC no grupo intervenção, mas não houve diferença estatística entre os grupos após a intervenção. Conclusões: Intervenções lúdicas podem melhorar o conhecimento e níveis de atividade física em crianças e, quando combinadas com outras estratégias, podem ser benéficas na prevenção da obesidade e melhoria do autocuidado.
Abstract Background: Childhood obesity is an important health problem worldwide. In this context, there is a need for the development and evaluation of innovative educational interventions targeting prevention and formation of health habits. Objectives: To ascertain the impact of ludic workshops on children’s knowledge, self-care, and body weight. Methods: This was a randomized, clinical study with 79 students aged 7-11 years, conducted from March to November 2012. Anthropometric measurements were collected and two questionnaires (Typical Day of Physical Activities and Food Intake, in Portuguese, and the CARDIOKIDS, a questionnaire of knowledge about cardiovascular risk factors) were applied at baseline, at the end of intervention, and three months thereafter. The intervention consisted of eight playful workshops, which involved the presentation of a play. Results: Seventy-nine students were randomized to the intervention (n = 40) or the control group (n = 39). Mean age was 10.0 ± 1.1 years. After eight weeks, the intervention group showed significant improvement in the knowledge score (p < 0.001). There was an increase in physical activity scores in both groups, but with no difference between the groups at the end of intervention (p = 0.209). A reduction in the BMI percentile was observed in the intervention group, but there was no significant statistical difference between the two groups after the intervention. Conclusions: Playful interventions may improve knowledge and physical activity levels in children and, when combined with other strategies, may be beneficial to prevent child obesity and improve self-care.