Objetivo: Avaliar o controle glicêmico de pacientes com diabetes mellitus tipo1 em acompanhamento ambulatorial durante 1998. Pacientes e Métodos: Foram estudados 38 pacientes [12 pré-púberes (31,6%) e 26 púberes (68,4%)], 22 do sexo masculino, com idade de 10,9 ± 4,1 anos, idade de diagnóstico de 7,2 ± 4,7 anos e duração do diabetes de 3,7 ± 3,4 anos. A hemoglobina glicosilada (HbA1c) foi determinada por cromatografia líquida (L-9100 Merck Hitachi, valor de referência: 2,6 a 6,2%). Resultado: A HbA1c foi de 8,04 ± 2,4 %, sem associação com sexo e puberdade. Durante o acompanhamento, dos 27 pacientes com pelo menos duas determinações de HbA1c , 8 pacientes (29,6%) apresentaram alteração e 19 (70,4%) permaneceram com o mesmo grau de controle glicêmico. Destes, 3 (11,1%) permaneceram em controle péssimo e 16 (59,3%) em bom controle, dos quais 4 pacientes (25%) mantiveram sempre a HbA1c nos valores de referência do método, 7 (43,75%) tiveram pelo menos uma HbA1c nesses níveis e 5 (31,25%) mantiveram todas as HbA1c em níveis superiores. O controle glicêmico final não foi associado com o número de determinações de HbA1c. O coeficiente de variação intraindividual da HbA1c no grupo com pelo menos três determinações de HbA1c foi de 11,2 ± 5,6% (P = 0,0000). Conclusão: Apesar de a maioria dos pacientes apresentar um controle glicêmico adequado durante o acompanhamento anual, apenas 4 pacientes mantiveram a HbA1c nos valores de referência. A variabilidade da HbA1c deve ser considerada no contexto da inter-relação entre o controle glicêmico e a evolução para as complicações microvasculares do diabetes mellitus.
Objective: To evaluate glycemic control in type 1 diabetes mellitus patients followed in 1998. Patients and methods: We studied 38 patients [22 males; age = 10.4 ± 4.1 years; 12 (31.6%) prepubertal, 26 (68.4%) pubertal], with diabetes duration of 3.7±3.4 years and age of diagnosis of 7.2 ± 4.7 years. HbA1c was determined using high-performance liquid chromatography (L-9100 Merck Hitachi, reference value =2.6 to 6.2%). Results: HbA1c was 8.04 ± 2.4%, without association with gender and puberty. In the 27 patients with at least two HbA1c determinations, the level of glycemic control changed in 8 (29.6%) and remained the same in 19 (70.4%). From these, glycemic control was poor in 3 (11.1%) and good in 16 (59.3%). Among the patients with good glycemic control, HbA1c was always within reference values in 4 (25%); 7 (43.75%) had at least one HbA1c measurement within these limits; and in 5 (31.25%), all HbA1c measurements were above the upper limit of the reference range. There was no association between the last glycemic control evaluation and the number of HbA1c determinations. The intraindividual coefficient of variation of HbA1c in the group that had at least three HbA1c determinations (n = 19) was 11.2 ± 5.6% (P = 0.0000). Conclusion: In our study, although most patients presented satisfactory glycemic control during the follow-up period, only 4 patients (14.8%) maintained normal values of HbA1c. The variability of HbA1c must be evaluated when considering the interrelation between glycemic control and evolution to diabetic microvascular complications.