OBJETIVO: Quantificar a prevalência de HG em adolescentes primíparas; definir fatores de preditividade para a ocorrência de HG e sua repercussão nos recém-nascidos. MÉTODOS: Foram acompanhadas 29 adolescentes primíparas durante o pré-natal até a 12ª semana de puerpério, com idade média de dezesseis anos, do ambulatório do Serviço de Adolescentes da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza). As gestantes foram dividas em dois grupos; ou seja, nas que permaneceram normotensas (Grupo I) e naquelas que desenvolveram hipertensão gestacional -HG - (Grupo II). As variáveis investigadas na avaliação de valor de preditividade no desenvolvimento de HG foram valores antropométricos, aspectos socioeconômicos, o hábito de fumar, a hereditariedade para HAS (pai/mãe), os exames do pré-natal solicitados na primeira consulta do pré-natal e a microalbuminúria e a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) na 28ª semana de gestação. As gestantes foram acompanhadas no parto e no puerpério tardio (12ª semana de puerpério). Os recém-nascidos das mães do nosso estudo foram avaliados ao nascer pelos índices de APGAR e de Capurro, peso, estatura e pela presença de hipóxia perinatal. RESULTADOS: A prevalência de HG foi de 51,7% . A hereditariedade para HAS apresentou-se com o maior valor de preditividade para HG com odds ratio de 10,99. A pressão arterial diastólica maior ou igual a 70 mmHg, na idade média gestacional de 35 semanas, apresentou significância estatística como valor de preditividade para HG. Na MAPA encontramos valor de preditividade para HG: carga pressórica diastólica em vigília, carga pressórica sistólica e diastólica no sono noturno, variabilidade pressórica e pressão máxima diastólica no sono. Especificamente a pressão arterial diastólica (PAD) máxima na MAPA no período do sono noturno ³64 mmHg apresentou odds ratio de 6 para HG com sensibilidade de 80% e especificidade de 60% para o desenvolvimento de HG. CONCLUSÃO: A pesquisa de fatores de preditividade de HG em adolescentes primíparas se demonstrou de fácil aplicabilidade e útil para estratificar gestantes de alto risco no desenvolvimento de HG.
OBJECTIVE: To quantify PH prevalence in primiparous adolescents; define predictive factors for the occurrence of PH and its impact on newborns. METHODS: We followed 29 primiparous adolescents from the prenatal period through the 12th week of the puerperium, with a mean of sixteen years of age, served at the Outpatient Facility for Adolescents of Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) of Universidade Federal do Ceará (Fortaleza, Brazil). The pregnant adolescents were divided into two groups, that is, those who remained normotensive (Group I) and those who developed PH (Group II). The variables investigated in the assessment of the value of predictability for the development of PH were anthropometric measures, socioeconomic aspects, smoking habit, inheritance for SAH (father/mother), prenatal tests requested in the first prenatal care visit in addition to microalbuminuria and ambulatory blood pressure monitoring (ABPM) in the 28th week of gestation. The pregnant adolescents were followed up at delivery and late puerperium (12th week after the puerperium). The newborns to the mothers included in our study were assessed at birth according to the Apgar score and the Capurro method, for weight, height and perinatal hypoxia. RESULTS: The prevalence of PH was 51.7%. Inheritance for SAH presented the highest predictive value for PH with an odds ratio of 10.99. Diastolic arterial pressure equal to or above 70 mmHg at the gestational age of 35 weeks was statistically significant as a predictive value for PH. At ABPM we found a predictive value for PH: diastolic pressure load during alertness, diastolic and systolic pressure load during night sleep, pressure variability and maximum diastolic pressure during sleep. Specifically a maximum diastolic arterial pressure (DAP) at ABPM during the period of night sleep ³64 mmHg presented an odds ratio of 6 for PH with a sensitivity of 80% and a specificity of 60% for the development of PH. CONCLUSION: The research for PH predictive factors in primiparous adolescents showed to be easy to apply and useful to stratify high-risk pregnant women as regards the development of PH.