RESUMO Dentre os vários temas que tratam sobre o Imperador Juliano, o assunto sobre a sua morte chamou nossa atenção. Vários autores da Antiguidade Tardia, cristãos ou não cristãos, forneceram várias versões sobre tal acontecimento. O sofista Libânio e o militar Amiano Marcelino registraram cenas relevantes da morte do Príncipe, redigiram seus textos na mesma época, eram antioquianos e provavelmente, se comunicavam. Porém, suas narrativas sobre a morte de Juliano se diferenciam. Portanto, temos como objetivo analisar as diversas mortes do Imperador Juliano apresentadas nos testemunhos de Libânio, assim como realizar a comparação desses relatos com o testemunho de Amiano Marcelino sobre o mesmo tema. A comparação servirá para termos uma melhor compreensão acerca da maneira como o sofista e o militar construíram uma memória virtuosa desse Imperador, transformando a morte daquele Príncipe em uma memória viva. Acrescentamos que os dois autores redigiram seus textos no período do Imperador Teodósio I. Logo, temos como hipótese que as diversas versões sobre a morte de Juliano estão relacionadas com eventos que permeiam os momentos da escrita das narrativas da morte. Dessa maneira, os autores tornam viva a memória sobre Juliano através dos vários relatos sobre o acontecimento fúnebre.
ABSTRACT Among the many topics regarding the emperor Julian, the subject of his death has caught our attention. Many authors of the Late Antiquity, Christians or not, provided many versions about such event. The sophist Libanius and the serviceman Ammianus Marcellinus registered relevant scenes of the Prince's death, wrote their texts at the same period, were antiochenes and probably communicated. However, their narratives about Julian's death differ. Therefore, our goal is to analyze the many deaths of Emperor Julian presented in the testimonies of Libanius, as well as perform the comparison of these reports with the testimony of Ammianus Marcellinus about the same subject. The comparison will serve for us to have a better understanding about the way that the sophist and the serviceman built a virtuous memory of this Emperor, turning the death of that Prince into a living memory. We add that both authors wrote their texts in Emperor Theodosius I's period. Ergo, we have a hypothesis that the many versions about Julian's death are related to events that permeate the timing of the writing of the death, thus the authors make the memory alive about Julian through the many reports about the mournful event.