Alguns aspectos epidemiológicos e o perfil de sensibilidade a antimicrobianos de amostras do grupo B. fragilis isoladas de espécime clínico e microbiota intestinal humana foram delineados neste estudo. As espécies do grupo B. fragilis foram isoladas de 46 (37%) de 124 espécimes clínicos, como segue: hemocultura (3) infecção intra-abdominal (27), abscesso cerebral (2), infecção de tecido mole (17), seios da face (3), aspirado pleural (9), abscesso pulmonar (3), ferida cirúrgica (22), doença inflamatória pélvica (22), otite média crônica (9) e diversos (7). Mais da metade destes microorganismos foram isolados de infecção intra-abdominal e infecção de tecido mole. Os antimicrobianos testados foram Penicilina G, Cefoxitina, Cloranfenicol, Metronidazol, Tetraciclina e Clindamicina. Todas as amostras estudadas apresentaram-se sensíveis ao Cloranfenicol e ao Metronidazol. Resistência à clindamicina e cefoxitina foi observada em 21.7 e 10.9% dos microrganismos para cada droga respectivamente. Variação na sensibilidade aos antimicrobianos entre as espécies do grupo foi detectada. O perfil de sensibilidade a antimicrobianos de amostras do grupo B. fragilis isoladas da microbiota intestinal de 37 indivíduos que não faziam uso de antimicrobianos nos últimos 30 dias antes do exame foi também estudado. Todas as amostras apresentaram-se sensíveis ao cloranfenicol e metronidazol sendo de 19.4% e 5.4% os percentuais de resistência à clindamicina e cefoxitina respectivamente. Poucas Instituições no Brasil, realizam periodicamente teste de sensibilidade a antrimicrobianos para amostras do grupo B. fragilis isoladas de espécimes clínicos. A variação no perfil de sensibilidade entre as espécies do grupo e o alto percentual de resistência à clindamicina e cefoxitina encontrados neste trabalho, reforçam a necessidade do isolamento, caracterização e monitoração do perfil de sensibilidade a antimicrobianos destes microrganismos, pelo menos nos Hospitais Universitários do país.
Epidemiological aspects and the antimicrobial susceptibility profile of the Bacteroides fragilis group isolated from clinical and human intestinal specimens were examined in this study. B. fragilis group strains were isolated from 46 (37%) of 124 clinical specimens and the source of the samples was: Blood culture (3), intraabdominal infection (27), brain abscess (2), soft tissue infection (17), respiratory sinus (3), pleural aspirate (9), breast abscess (3), surgical infected wound (22), pelvic inflammatory disease (22), chronic otitis media (9) and miscellaneous (7). Intraabdominal and soft tissue infections were responsible for more than half of the clinical isolates. Susceptibility to penicillin, cefoxitin, tetracycline, metronidazole, chloramphenicol and clindamycin was examined. All isolates were susceptible to metronidazole and chloramphenicol. For clindamycin and cefoxitin the resistance rates observed were 21.7% and 10.9% respectively. Susceptibility profiles varied among the different species tested. A total of 37 species of B. fragilis group isolated from intestinal microbiota of individuals who had no antimicrobial therapy for at least 1 month before the sampling was also examined. All strains were also susceptible to chloramphenicol and motronidazole and the resistance rates to clindamycin and cefoxitin were 19.4% and 5.4% respectively. A few institutions, in Brazil, have monitored the antimicrobial susceptibility of B. fragilis group strains isolated from anaerobic infections. The resistance rates to cefoxitin and clindamycin and the variation in susceptibility patterns among the species isolated in this study emphasize the need for monitoring of susceptibility patterns of B. fragilis group organisms isolated, especially at our University Hospitals.