OBJETIVOS: Avaliar a prevalência das alterações cervicais em pacientes com artrite reumatoide, correlacionando os achados de imagem com quadro o clínico. MÉTODOS: Estudo transversal, realizado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), com 35 pacientes no ano de 2004. Foram analisados: idade, uso de medicações, quadro clínico doloroso e neurológico. Foram realizados os exames velocidade de hemossedimentação (VHS) e fator reumatoide, além de radiografias da coluna cervical, nas incidências anteroposterior, perfil neutro e dinâmico. Para avaliar a influência das variáveis no surgimento das instabilidades, foram utilizados os testes de regressão logística uni e multivariada (p < 0,05). RESULTADOS: Dos 35 pacientes avaliados, 13 (37,1%) apresentavam a cervical estável. Dos 22 pacientes com instabilidade, seis apresentavam mais de uma. Instabilidade atlanto-axial em 15 pacientes, com distância atlanto-dental anterior média de 3,40mm na radiografia neutra e 6,54mm no perfil em flexão. Invaginação basilar encontrada em cinco pacientes e subluxação subaxial em sete pacientes. Dois terços dos pacientes assintomáticos eram portadores de instabilidades. Correlação estatisticamente significativa em: hiper-reflexia bicipital com instabilidade atlanto-axial (p = 0,024) e com instabilidade subaxial (p = 0,01); além de idade de diagnóstico com a instabilidade subaxial (p = 0,02). CONCLUSÕES: A prevalência de instabilidade cervical foi de 62,9% (22/35). As instabilidades mais frequentes foram: subluxação atlanto-axial com 42,9%, subluxação subaxial com 20% e invaginação basilar com 14,3%. A correlação das instabilidades com sinais e sintomas clínicos foi pobre. Pacientes com subluxação subaxial tiveram o início da doença em idade mais jovem. A radiografia dinâmica foi importante para o diagnóstico da subluxação atlanto-axial.
OBJECTIVE: To study the prevalence of cervical spine involvement in patients with rheumatoid arthritis, correlating the imaging findings with clinical state. METHODS: A cross-sectional study was carried out at the Federal University of Goiás (UFG) Medical School, with 35 patients, in 2004. The following were diagnosed: ages, use of medications, and clinical aspects (pain and neurology). The laboratory tests performed were erythrocyte sedimentation rate (ESR) and rheumatoid factor, as well as radiography of the cervical column, with frontal, lateral and stress views. The correlation between the different variables and the instabilities were studied by uni- and multivariate logistic regression (p value < 0.05). RESULTS: Of the 35 patients evaluated, 13 (37.1%) presented stable cervical column. Of the 22 patients with instability, six presented more than one. Atlantoaxial instability was found in 15 patients, with an average anterior atlantodental interval of 3.40 mm in the standard lateral X-ray view and 6.54 mm in the lateral view in flexion. Basilar invagination was found in five patients and subaxial subluxation in seven patients. Two thirds of the asymptomatic patients had instabilities. A statistically significant correlation were found between bicipital hyperreflexia and atlantoaxial instability (p = 0.024) and subaxial instability (p = 0.01); also, age on diagnosis was associated with subaxial instability (p = 0.02). CONCLUSIONS: The prevalence of cervical instability was 62.9 % (22/35). The most frequent instabilities were: atlantoaxial instability (42.9 %), subaxial subluxation (20%) and basilar invagination (14.3%). The correlation between instabilities and clinical findings was poor. The patients with subaxial subluxation had onset of the disease at a younger age. Dynamic X-ray was important for the diagnosis of atlantoaxial instability.