OBJETIVO: reavaliar a função adrenal em pacientes com síndrome dos ovários policísticos, após a introdução dos critérios de Roterdã. MÉTODOS: estudo descritivo de corte transversal, incluindo 53 pacientes com média de idade de 26±5,1 anos. Glicose, hemoglobina glicada, lipídios, estradiol, progesterona, 17-OHP4, DHEAS, FSH, LH, TSH, PRL, androstenediona, tiroxina livre, insulina, testosterona total, SHBG e índice de androgênios livres foram estimados. Resistência à insulina, examinada pelo modelo homeostático, foi admitida com índice >2,8. A resposta adrenal à cortrosina foi avaliada pelo incremento hormonal observado após 60 minutos e área sobre a curva. RESULTADOS: entre as 53 pacientes elegíveis, hiperandrogenismo bioquímico foi encontrado em 43 (81,1%). Trinta e três delas, com idade de 25,1±5,0 anos, apresentaram hiperandrogenismo adrenal (62,2%), pesavam 74,9±14,9 kg; tinham IMC de 28,8±6,0 e razão cintura/quadril de 0,8±0,1. DHEAS foi >6,7 nmol/L em 13 (39,4%) e androstenendiona >8,7 nmol/L em 31 (93,9%). Cortisol, 17-OHP4, A e progesterona tiveram incremento de 153%, 163%, 32% e 79%, respectivamente. O modelo usado para avaliar a resistência á insulina foi >2,8 em 14 (42,4%). Não foi encontrada correlação entre as concentrações de insulina ou estradiol com as de cortisol ou androgênios. CONCLUSÕES: a utilização de múltiplos parâmetros hormonais revela alta prevalência de hiperandrogenismo bioquímico na SOP, sendo que as adrenais têm participação em dois terço dos casos. Níveis de estradiol e insulina não influenciam a secreção adrenal de androgênios e cortisol.
PURPOSE: to reassess the adrenal function of patients with PCOS after the introduction of the Rotterdam's criteria. METHODS: descriptive and cross-sectional study including 53 patients 26±5.1 years old. Glucose, glycosylated hemoglobin, lipids, estradiol, progesterone, 17-OHP4, DHEAS, FSH, LH, TSH, PRL, androstenedione, free thyroxine, insulin, total testosterone, SHBG, and free androgen index were measured. Insulin resistance was considered to be present with a homeostatic model assessment index >2.8. The adrenal response to cortrosyn was assessed by the hormonal rise observed at 60 minutes, and by the area under the response curve. RESULTS: biochemical hyperandrogenism was found in 43 of 53 eligible patients (81.1%). Thirty-three women had adrenal hyperandrogenism (62.2%). The weight of these 33 women, aging 25.1±5.0 years, was 74.9±14.9 kg, BMI was 28.8±6.0 and the waist/hip ratio was 0.8±0.1. DHEAS was >6.7 nmol/L in 13 (39.4%) and androstenendione was >8.7 nmol/L in 31 (93.9%). The increments in 17-OHP4, cortisol, A, and progesterone were 163%, 153%, 32%, and 79%, respectively. The homeostatic insulin resistance model was >2.8 in 14 (42.4%). Insulin and estradiol were not correlated with cortisol or androgens. CONCLUSIONS: the use of multiple endocrine parameters showed a high prevalence of biochemical hyperandrogenism in patients with PCOS. Two thirds of the patients had adrenal hyperandrogenism, and estradiol and insulin did not influence adrenal secretion.