Resumo Esse artigo analisa o patrimônio hídrico público em Vila Rica, vila mineira fundada em 1711 que, em 1720, se tornou a sede do governo da Capitania das Minas Gerais, durante o período histórico chamado Brasil colonial. Emitimos principalmente uma hipótese segundo o qual a municipalidade desenvolveu um programa de apropriação de águas, sobretudo das águas devolutas e uma parte das águas utilizadas pelos particulares, no centro urbano afim de abastecer as fontes públicas. O quadro cronológico insere-se entre o ano de construção da primeira fonte (1722) e o ano de construção da última, em 1806. O orçamento municipal relativo ao programa de apropriação duma parte das águas urbanas será privilegiado nessa análise. Além disso, a relação entre a água e a terra será destacada sob o ponto de vista jurídico no âmbito do domínio público.
Abstract This paper focuses on the public water resources in Vila Rica, a mining town founded in 1711 and which became the governor's headquarter in the Captaincy of Minas Gerais, during the historical period entitled Colonial Brazil, in 1720. The main hypothesis concerns the appropriation of waters, especially unused waters and the proportion of private waters ordered by the town council so as to supply the public fountains. Thus, the study period correspondingly spans the period beginning in 1722 with the construction of the first fountain before ending with the building of the final one in 1806. The analysis highlights the council funding injected into this appropriation of waters. Moreover, adopting a legalist point of view, the findings serve to stress the interlinkage between water and territory in the public domain.
Résumé Cet article s'intéresse au patrimoine hydrique public à Vila Rica, ville minière fondée en 1711 qui devint en 1720 le lieu de résidence du gouverneur de la capitainerie des Minas Gerais, au cours de la période historique dite Brésil colonial. Nous émettons principalement une hypothèse suivant laquelle la municipalité développa un programme d'appropriation de certaines eaux, notamment les eaux laissées vacantes et une part des eaux utilisées par des particuliers, dans le centre urbain afin d'alimenter les fontaines publiques. Le cadre chronologique de cet article s'insère, de fait, entre l'année de construction de la première fontaine (1722) et celle de la dernière en 1806. Le budget municipal relatif à ce programme d'appropriation d'une partie des eaux urbaines sera tout particulièrement l'objet d'une analyse. Par ailleurs, le rapport de l'eau à la terre d'un point de vue juridique sera mis en relief dans le domaine public.