RESUMO Se durante o século XIX a escrita da história adquire contornos mais precisos, é importante reconhecer o papel da cor local neste processo. O dispositivo assegura, por um lado, o caráter nacional das produções intelectuais e, por outro, oferece meios de legitimação e fidelidade para as narrativas do período. O escopo deste artigo é, pois, não somente reafirmar a associação entre a cor local e a nação, mas sugerir possibilidades de apreensão do dispositivo e, sobretudo, discorrer sobre as implicações e efeitos de seu emprego na elaboração da historiografia. Para isso, recorre-se tanto às prescrições relativas à cor local no contexto francês quanto aos textos da Revista do IHGB e de Varnhagen. Sugere-se, como hipótese, que a cor local é parte do vínculo que se estabelece entre tempo e espaço neste momento, além de possibilitar, devido à sua origem pictural, a criação de uma imagem da nação.
ABSTRACT Whether during the nineteenth century the writing of History acquires more precise contours, it is imperative to recognize the role of local color in this process. On one hand, the local color ensures the national character of intellectual productions and, on the other, it offers a means to legitimize the period's narratives. The scope of this article is not only to reaffirm the association between local color and nation, but also to suggest possibilities to apprehend the the local color and, above all, to discuss its implications and effects on the historiography development. To this end are used the texts about local color in the French context, and the texts of the Revista of IHGB and Francisco Adolfo de Varnhagen. As a hypothesis, the article suggests that local color is part of the link established between time and space in the moment, and that, due to its pictorial origin, it also contributes to the construction of a nation's image.