INTRODUÇÃO: Este foi um estudo prospectivo que incluiu mulheres atendidas no setor de obstetrícia e ginecologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia, Estado de Goiás com o objetivo de detectar rotavírus, adenovírus, calicivírus e astrovírus. Oitenta e quatro mulheres participaram no estudo e destas, 314 amostras fecais foram coletadas. Do total de mulheres, 29 eram soropositivas para HIV, 55 soronegativas, 45 e 39 estavam grávidas e não-grávidas, respectivamente. MÉTODOS: Amostras fecais foram coletadas de cada mulher uma vez a cada dois meses pelo período de Julho-2006 a Junho-2007, foram triadas para rotavírus pela metodologia de eletroforese em gel de poliacrilamida (EGPA) e através de ensaio imunoenzimático (EIE), para calicivírus e astrovírus por RT-PCR e por EIE para adenovírus. Os astrovírus foram genotipados por Nested-PCR. RESULTADOS: De 84 pacientes, 19 (22,6%) foram positivas para calicivírus (14/19) ou astrovírus (6/19), sendo que uma mulher foi positiva para ambos os vírus em amostras fecais coletadas em diferentes ocasiões. A maioria das amostras positivas foi coletada no período de Julho a Agosto (astrovírus) e de Setembro a Outubro (calicivírus). Nenhuma das amostras analisadas foi positiva para rotavírus ou adenovírus. Os vírus gastroentéricos foram detectados em 13/19 (68,4%) mulheres grávidas, as quais eram HIV-soropositivas ou não. CONCLUSÕES: Os resultados do presente estudo mostram que nem o estado gravídico das mulheres nem a soropositividade para HIV aumentaram o risco para a infecção por nenhum dos vírus gastroentéricos estudados. Este estudo apresenta dados sobre a detecção de vírus gastroentéricos entre mulheres grávidas e/ou HIV-positivas.
INTRODUCTION: This was a prospective study that included women seen in the obstetrics and gynecology sector of Hospital das Clínicas, Federal University of Goiás, in Goiânia, State of Goiás, with the aim of detecting rotaviruses, adenoviruses, caliciviruses and astroviruses. Eighty-four women participated in the study and from these, 314 fecal samples were collected. Out of all of the women, 29 were seropositive for HIV and 55 were seronegative, and 45 and 39 were pregnant and non-pregnant, respectively. METHODS: Fecal samples were collected from each woman once every two months over the period from July 2006 to June 2007, and they were screened for rotaviruses by means of polyacrylamide gel electrophoresis and immunoenzymatic assays, for caliciviruses and astroviruses by means of RT-PCR and for adenovirus by means of immunoenzymatic assays. The astroviruses were genotyped using nested PCR. RESULTS: Among the 84 patients, 19 (22.6%) were positive for either calicivirus (14/19) or astrovirus (6/19), while one women was positive for both viruses in fecal samples collected on different occasions. Most of the positive samples were collected during the months of July and August (astrovirus) and September and October (calicivirus). None of the samples analyzed was positive for rotavirus or adenovirus. Gastroenteric viruses were detected in 13/19 (68.4%) of the pregnant women, whether HIV-seropositive or not. CONCLUSIONS: The results from the present study showed that neither pregnancy nor HIV-seropositive status among the women increased the risk of infection by any of the gastroenteric viruses studied. This study presents data on gastroenteric virus detection among pregnant and/or HIV-positive women.