Na contramão das teses da sociedade pós-industrial, o artigo desenvolve o argumento de que as plataformas digitais sintetizam contemporaneamente a radicalização e o espraiamento da lógica produtiva industrial. Ao analisar o capitalismo de plataforma e os mecanismos de externalização da produção, considera que as plataformas são apenas a ponta do iceberg e a comprovação empírica do desenvolvimento da lógica industrial, da produção de mercadorias (produto ou serviço, material e/ou imaterial, tangível ou intangível). Trata-se, assim, de um capitalismo industrial de plataforma. Com esse processo em curso, observa-se a tendência de espraiamento da plataformização do trabalho e suas formas de exploração de trabalho, de relações de trabalho destituídas de direitos que, por sua vez, encontram resistência nas lutas dos trabalhadores e trabalhadoras que desnudam a faceta perversa do trabalho plataformizado.
Contrary to the theses of post-industrial society, this article argues that digital platforms simultaneously synthesize the radicalization and spread of industrial productive logic. When analyzing platform capitalism and its mechanisms of product externalization, the text considers platforms as just the tip of the iceberg and empirical evidence of the development of industrial logic, of the production of goods (product or service, material and/or immaterial, tangible or intangible). It is, therefore, an industrial platform capitalism . As an ongoing process, it tends to spread labor platformization and its conditions of labor exploitation, disenfranchised labor relations that, in turn, face resistance by the workers, laying bare the perversion of platformized work.
Contrairement aux thèses de la société post-industrielle, cet article soutien que les plateformes numériques synthétisent à la fois la radicalisation et la diffusion de la logique productive industrielle. En analysant le capitalisme de plateforme et ses mécanismes d’externalisation des produits, le text considère que les plateformes ne sont que la partie émergée de l’iceberg et la preuve empirique du développement de la logique industrielle, de la production de biens (produit ou service, matériel et/ou immatériel, tangible ou intangible). Il s’agit donc d’un capitalisme industriel de plateforme. en tant que processus continu, il tend à étendre le travail de plateforme et ses formes d’exploitation du travail, des relations de travail dépourvues de droits qui, à leur tour, sont combattues par les ouvrières qui exposent la facette perverse du travail de plateforme.