Resumo Esse artigo orienta-se pela constatação de uma ausência na história intelectual e na história da historiografia: a de se pensar o corpo dos historiadores. A corporeidade, paralelamente ao gênero, é recalcada na maioria dos trabalhos historiográficos, excluindo-se um dos elementos fundantes das relações de poder que permanecem marginalizando aqueles que escapam às normas de gênero, raça, sexualidade (entre outros marcadores), seja da produção do saber ou como objetos de investigação. Para adentrar tal discussão, a proposta deste artigo é investigar as memórias da historiadora paulista Alice Canabrava a fim de compreender o papel do gênero e das performances corporais na formulação de identidades historiadoras por ela. Seja na reflexão que Alice faz de sua própria trajetória acadêmica ou na caracterização de certos historiadores como tipo ideal, gênero e corpo são reiteradamente evocados. A historiadora, por meio de suas memórias e na elaboração de si à imagem de certos historiadores canonizados, como Fernand Braudel, reafirmou modelos culturais que estabeleceram normas de gênero aos historiadores ao final do século XX. orientase orienta historiografia corporeidade historiográficos excluindose excluindo raça entre marcadores, marcadores , marcadores) investigação discussão ela ideal evocados canonizados Braudel XX
Abstract This paper is driven by the observation of an absence in intellectual history and the history of historiography: that of thinking about the body of historians. Corporality, along with gender, is repressed in most historiographical works, thus excluding one of the founding elements of the power relations that continue to marginalize those who escape from the norms of gender, race, and sexuality (among other markers), whether in the production of knowledge or as objects of research. The proposal of this work is to investigate the memories of the brazilian historian Alice Canabrava in order to understand the role of gender and corporal performances in her formulation of historian identities. Whether in Alice’s reflection of her own academic trajectory or in the characterization of certain historians as ideal types, gender and body are repeatedly evoked. The historian, through her memories and in shaping herself in the image of certain canonized historians like Fernand Braudel, reaffirmed cultural models that established gender norms for historians at the end of the 20th century historiography Corporality works race among markers, markers , markers) research identities Alices s types evoked Braudel th