RESUMO Este estudo teve como objetivo avaliar a influência do tipo de superfície em que os cavalos são examinados em relação à fase de apresentação da claudicação. Dez cavalos com claudicação em pelo menos um dos membros foram avaliados com sensores inerciais sem fio em três tipos de superfície (concreto, areia e grama). Seis sequências de cruzamento de tipo de superfície foram estabelecidas. As variáveis soma vetorial, altura máxima e mínima da cabeça e da pélvis, o coeficiente de variação da altura máxima e mínima da cabeça e da pélvis foram analisadas utilizando uma Análise de Variância, seguida do teste de Tukey para comparação das médias entre tipos de superfície e sequências, a um nível de significância de 5%. A fase da claudicação (impacto ou elevação) foi analisada considerando a proporção de animais afetados. Não houve diferença na soma vetorial, altura máxima ou mínima e coeficiente de variação da altura máxima e mínima da cabeça e pélvis. Foi observada diferença no número de passos registrados na areia em comparação com grama e concreto (p <0,0001) para membros torácicos e pélvicos. Claudicação de impacto nos membros torácicos foi apresentada em um número maior de animais na superfície de concreto, já claudicação de elevação foi mais evidente na superfície de grama. Em membros pélvicos, a claudicação de impacto foi mais evidente na superfície de grama, enquanto claudicação de elevação esteve em maior número de animais na superfície de concreto. A sequência de superfícies em que os cavalos foram troteados durante a avaliação não foi um fator importante na manifestação da claudicação, mas o número de cavalos claudicantes e a fase de manifestação da claudicação podem variar entre as superfícies, visto que alguns cavalos mostraram claudicação de impacto em solo macio e claudicação de elevação em solo duro.
This study aimed to evaluate the influence of the track surface on which horses are examined, regarding the phase of lameness presentation. Ten horses with lameness in at least one limb were evaluated with wireless inertial sensors on three track surfaces (concrete, loose sand and grass). Six crossover track sequences were established. The variables vector sum, maximum and minimum height of the head and pelvis, variation coefficient of the maximum and minimum height of the head and pelvis were analyzed using ANOVA, followed by Tukey test to compare means between track surface and sequence, at 5% significance level. The lameness phase (impact or pushoff) was analyzed considering the proportion of affected animals. There were no differences on vector sum, maximum and minimum height or variation coefficient of head and pelvis. Difference was observed on the number of strides registered on sand compared to grass and concrete (p <0.0001) for fore and hindlimbs. Impact lameness on forelimbs was presented by a larger number of animals on the concrete surface; pushoff lameness was more evident on the grass surface. In the hindlimbs, impact lameness was more evident on the grass surface, while pushoff lameness was in greater number of animals on concrete surfaces. The track sequence on which horses were trotted during evaluation does not seem to be a factor, but the number of lame horses and the phase of lameness manifestation can vary between track surfaces, as some horses showed impact lameness on soft ground and elevation lameness on hard ground.