A colonização do Helicobacter pylori está associada com gastrite crônica, úlcera péptica, metaplasia intestinal, adenocarcinoma e linfoma gástrico. O objetivo desse estudo foi comparar os resultados do diagnóstico histológico usado de rotina na detecção do H. pylori com o diagnóstico molecular. Foram utilizadas amostras de 80 lesões gástricas (gastrite crônica, gastrite atrófica, úlcera gástrica e metaplasia intestinal), 18 amostras de adenocarcinoma gástrico e 10 amostras de mucosa gástrica normal H. pylori negativas (controle). Todas as amostras foram avaliadas histologicamente (coloração com hematoxilina-eosina e Giemsa) e pela PCR com a amplificação dos genes antígeno espécie-específico (H3H4) e urease A (H5H6) do H. pylori e pelo gene humano CYP1A1, como controle da qualidade do DNA. Nas amostras de lesão benigna e adenocarcinoma gástrico, a infecção foi detectada em 43% (42/98) e 71% (70/98), respectivamente, para os diagnósticos histológico e molecular (p = 0,0001). O teste de PCR detectou o H. pylori em 27,5% (22/80) das lesões gástricas benignas e em 50% (9/18) dos adenocarcinomas gástricos, com diagnóstico histológico negativo para essa bactéria. Cerca de 2,5% das amostras, exclusivamente de lesões benignas, com diagnóstico histológico positivo apresentaram resultado molecular negativo, para ambos os primers. Diferenças estatisticamente significantes foram encontradas entre os métodos histológico e molecular, em metaplasia intestinal (p = 0,0461) e adenocarcinoma gástrico (p = 0,0011), devido à subdetecção do H. pylori pelo método histológico, e provavelmente pela baixa densidade da bactéria conseqüente à atrofia severa da mucosa gástrica, nesses dois tipos de lesões. Nossos achados demonstram que o método de PCR é mais eficaz para diagnosticar a infecção por H. pylori, principalmente, em metaplasia intestinal e adenocarcinoma gástrico.
Helicobacter pylori colonization is associated with chronic gastritis, peptic ulcers, intestinal metaplasia, adenocarcinoma and lymphoma of the stomach. The objective of this study was to compare the results of the routinely used histology with molecular diagnosis for the detection of H. pylori. Eighty samples from gastric lesions (chronic gastritis, atrophic gastritis, gastric ulcer, and intestinal metaplasia), 18 gastric adenocarcinoma and 10 normal mucosa H. pylori-negative (control) samples were obtained. All samples were examined histologically (hematoxylin-eosin and Giemsa staining), and PCR amplifications of the species-specific antigen gene (H3H4) and urease A gene segment (H5H6) of H. pylori were made, using the human gene CYP1A1 for DNA quality control. In the benign lesion and adenocarcinoma the infection was detected in 43% (42/98) and 71% (70/98) by histological and molecular diagnosis (p = 0.0001), respectively. The PCR test detected H. pylori in 27.5% (22/80) of the benign gastric lesions and in 50% (9/18) of the gastric adenocarcinoma cases, the histological diagnosis being negative for this bacterium. About 2.5% of the samples, exclusively from benign lesions and with a positive histological diagnosis, showed negative molecular results for both primers. Statistically significant differences were found between the histological and the molecular method in intestinal metaplasia (p = 0.0461) and gastric adenocarcinoma (p = 0.0011), due to underdetection of H. pylori by the histological method, which is probably due to the low density of the bacterium as a consequence of the severe atrophy of the gastric mucosa. Our findings suggest that PCR is the more efficient method for the assessment of H. pylori infection, especially in metaplasia and gastric adenocarcinoma.