JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A ropivacaína é o mais novo anestésico local de uso na prática clínica. Sua estrutura é semelhante a forma levógira da bupivacaína, tendo portanto baixa toxicidade. Os valores das concentrações plasmáticas que podem ser atingidos em crianças, com o uso desta droga e também da bupivacaína (mesmo a forma racêmica) administradas por via peridural lombar, são ainda pouco conhecidos. O objetivo desse estudo foi avaliar as concentrações sangüíneas de ropivacaína e bupivacaína por via peridural lombar em crianças, em bloqueios eficientes, relacionando-as aos valores descritos como níveis plasmáticos seguros. MÉTODO: Oitenta e um pacientes de ambos os sexos, submetidos à cirurgia de membros inferiores, receberam aleatoriamente ropivacaína (n = 41) ou bupivacaína (n = 40) por via peridural lombar associado à anestesia geral. Foram coletadas oito amostras de sangue venoso nos intervalos de tempo: zero (controle), 5, 25, 40, 60, 120, 180 e 240 minutos, e através de cromatografia de gás foram dosadas as concentrações plasmáticas da ropivacaína e da bupivacaína. RESULTADOS: Não houve diferença estatisticamente significante com relação aos dados antropométricos e variáveis fisiológicas estudadas entre os pacientes que receberam ropivacaína e bupivacaína. As doses médias administradas de ropivacaína e bupivacaína foram 2,35 mg.kg-1 e 2,13 mg.kg-1, respectivamente, que geraram as concentrações plasmáticas de 2,334 µg.ml-1 e 1,111 µg.ml-1, aos 25 e 40 minutos. Ambas abaixo do nível considerado seguro (3 µg.kg-1). CONCLUSÕES: A administração peridural lombar de ropivacaína e bupivacaína em crianças, nas doses abaixo de 3 mg.kg-1, produz bloqueio anestésico eficaz e determina concentrações plasmáticas que podem ser consideradas seguras.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Ropivacaine is the newest local anesthetic drug for clinical practice. Its structure is similar to levogyrous bupivacaine, therefore exibiting low toxicity. Little is known about plasma concentrations that can be reached in children after lumbar epidural administration of these drugs (including racemic bupivacaine). The aim of this study was to evaluate ropivacaine and bupivacaine plasma concentrations following successful lumbar epidural blocks in children, correlating them to known safe plasma levels. METHODS: Eight-one children of both genders, aged between 2 and 16 year, scheduled to undergo lower limbs surgeries, were randomly divided in two groups to receive lumbar epidural ropivacaine ( n = 41) or bupivacaine (n = 40), associated to general anesthesia. Venous blood samples were collected at times 0 (control), 5, 25, 40, 60, 120, 180 and 240 minutes. Ropivacaine and bupivacaine plasma concentrations were measured by gas chromatography. RESULTS: There was no statistically significant difference in anthropometric and physiological variables between groups. Mean ropivacaine and bupivacaine doses were 2.35 mg.kg-1 and 2.13 mg.kg-1 respectively, leading to peak plasma concentrations of 2.334 µg.ml-1 and 1.111 µg.ml-1 at 25 and 40 minutes respectively, both below the safety level of 3 µg.ml-1. CONCLUSIONS: Lumbar epidural administration of ropivacaine and bupivacaine in children, in doses below 3 mg.kg-1, result in efficient anesthetic blocks and safe plasma concentrations.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La ropivacaína es el más nuevo anestésico local de uso en la práctica clínica. Su estructura es semejante a la forma levógira de la bupivacaína, teniendo por tanto baja toxicidad. Los valores de las concentraciones plasmáticas que pueden ser alcanzados en niños, con el uso de esta droga y también de la bupivacaína (mismo la forma racemica) administradas por vía peridural lumbar, son aun poco conocidos. O objetivo de ese estudio fue evaluar las concentraciones sanguíneas de ropivacaína y bupivacaína por vía peridural lumbar en niños, en bloqueos eficientes, relacionándolas a los valores descritos como niveles plasmáticos seguros. MÉTODO: Ochenta y un pacientes de ambos sexos, sometidos a cirugía de miembros inferiores, recibieron aleatoriamente ropivacaína (n = 41) o bupivacaína (n = 40) por vía peridural lumbar asociado a anestesia general. Fueron colectadas ocho muestras de sangre venoso en los intervalos de tiempo: cero (control), 5, 25, 40, 60, 120, 180 y 240 minutos, y a través de cromatografia de gas fueron dosificadas las concentraciones plasmáticas de la ropivacaína y de la bupivacaína. RESULTADOS: No hubo diferencia estadísticamente significante con relación a los datos antropométricos y variables fisiológicas estudiadas entre los pacientes que recibieron ropivacaína y bupivacaína. Las dosis medias administradas de ropivacaína y bupivacaína fueron 2,35 mg.kg-1 e 2,13 mg.kg-1, respectivamente, que generaron las concentraciones plasmáticas de 2,334 µg.ml-1 y 1,111 µg.ml-1, a los 25 y 40 minutos. Ambas abajo del nivel considerado seguro. CONCLUSIONES: La administración peridural lumbar de ropivacaína y bupivacaína en niños, en las dosis abajo de 3 mg.kg-1, produce bloqueo anestésico eficaz y determina concentraciones plasmáticas que pueden ser consideradas seguras.