RESUMO: Para o controle de pragas e doenças, os agrotóxicos são considerados a primeira linha de defesa. Pelo menos no curto e médio prazo, o seu uso continuará a ser uma estratégia importante de manejo, permitindo aos produtores produzir com baixo custo e boa qualidade. O manejo integrado de pragas (MIP) combina várias estratégias diferentes de controle de pragas. Entre elas, a associação do controle químico e biológico tem grande importância. Isto depende de agrotóxicos que tenham um ótimo controle das pragas alvo, com mínimo de impacto possível sobre a atividade dos agentes de controle biológico. Assim, devido à dinâmica de pragas, os produtores precisam de informações completas sobre os efeitos dos agrotóxicos sobre os inimigos naturais visando constantemente ajustar suas rotinas de MIP. No entanto, estas informações não estão sempre disponíveis, e quando encontradas, são muitas vezes contraditórias, o que prejudica as recomendações de campo. Nesta revisão, destacamos a importância de agrotóxicos seletivos em programas de MIP e seus efeitos sobre parasitoides, predadores e fungos entomopatogênicos. Ainda, discutiremos com mais detalhes os desafios e restrições para a pesquisa e recomendações de campo sobre seletividade de agrotóxicos.
ABSTRACT: Pesticides are considered the first line of defense for the control of pests and diseases. At least in the short and medium term, the use of pesticides will remain an important strategy for pest management, allowing growers to produce crops of sufficient quality at low costs. A broad approach known as Integrated Pest Management (IPM) combines several different pest-control strategies, among which the combination of chemical and biological control stands out. It requires pesticides that achieve optimal control of target pests with minimal impact on the activity of biological control agents. Because of the dynamics of pest infestations, IPM routines are continuously adjusted by growers, requiring comprehensive information about pesticide effects on natural enemies. However, this information is not always available and often contradictory, which constrains the design of field recommendations. In this review, we focused on the importance of selective pesticides in IPM programs, and the effects of chemical pesticides on parasitoids, predators, and entomopathogenic fungi. We provided a detailed discussion of the challenges and constraints for research on pesticide effects on natural enemies, as well as for the resulting field recommendations.