RESUMO Num exame da cultura cotidana (em tempos da pandemia de Covid-19) através da análise de fragmentos da Indústria do Imaginário, o presente artigo capta sinais da desvalorização do conceito ético de humanidade, seja como um condensado de valores que envolvem solidariedade e empatia, seja como expressão máxima da espécie humana no tempo e no espaço. Nesse contexto, nota-se que, como apontou Paul Valéry (conforme a leitura de Adauto Novaes), “o espírito” se tornou “coisa supérflua”. Nota-se, ainda, o rebaixamento do que se entende por inteligência humana, num processo que reduz a humanidade teria se reduzido a um expediente instrumental (um meio), e até certo ponto des cartável, colonizada pelo capital. A pandemia, como um concentrado de eventos no plano da cultura, torna tudo isso visível.
ABSTRACT By examining everyday culture (in times of the covid-19 pandemic) through the analysis of fragments of the Industry of the Imaginary, this article captures signs of the devaluation of the ethical concept of humanity, whether as a condensation of values that involve solidarity and empathy, or as the maximum expression of the human species in time and space. In this context, it should be noted that, as Paul Valéry pointed out (according to the reading by Adauto Novaes), “the spirit” became “superfluous.” It should also be noted that the demeaning of what is understood as human intelligence, in a process that reduces humanity to an instrumental expedient (a means), to some extent disposable, colonized by capital. The pandemic, as a concentration of events at the cultural level, makes all of this visible.