OBJETIVO: Avaliar a aplicabilidade do escore de risco ajustado para cirurgia de cardiopatias congênitas (RACHS1) como preditor de mortalidade em uma população pediátrica de um hospital público da região Nordeste do Brasil. MÉTODOS: No período de junho de 2001 a junho de 2004, 145 pacientes foram submetidos à correção de cardiopatia congênita em nossa instituição, dos quais 62% eram do sexo feminino, a idade média era 5,1 anos. Foi utilizado o escore de RACHS-1 para classificar os procedimentos cirúrgicos em categorias de risco de 1 a 6, e a análise de regressão logística para identificar os fatores de risco associados à mortalidade. RESULTADOS: A idade, tipo de cardiopatia, fluxo pulmonar, tipo de cirurgia, tempo de circulação extracorpórea (CEC) e tempo de anóxia foram identificados como fatores de risco para mortalidade (p< 0,001). Houve correlação linear entre as categorias de risco do RACHS-1 e a taxa de mortalidade, entretanto, a mortalidade observada foi maior que a esperada por aquele sistema de escore. CONCLUSÕES: A despeito da facilidade de aplicação do RACHS-1, ele não pode ser aplicado em nosso meio por não contemplar outras variáveis presentes em nossa realidade que podem interferir no resultado cirúrgico.
OBJECTIVE: The aim of this study was to evaluate the applicability of the RACHS-1 (Risk Adjustment in Congenital Heart Surgery) as a predictor of surgical mortality in a pediatric population of a public hospital of the Northeast of Brazil. METHODS: From June 2001 through June 2004, 145 patients undergone surgical treatment of CHD in our institution of whom 62% were female, and the mean age was 5.1 years. The RACHS-1 was used to classify the surgical procedures into categories of risk 1 to 6, and logistic regression analysis was used to identify the risk factors related to surgical death. RESULTS: Age, type of CHD, pulmonary flow, surgical procedure, pump time and cross clamp time were identified as a risk factor for postoperative mortality (p<0.001). There was a linear correlation between the categories of the RACHS-1 and the mortality rate; however, the observed mortality was greater than the predicted figures by that scoring system. CONCLUSION: Although the RACHS-1 is easily applicable, it can not be applicable in our scenario because it takes into account only the surgical procedure as a categorized variable, not considering others factors presented in our scenario that could interfere in the final surgical result.