OBJETIVO: avaliar a proliferação de células T e a produção de citocinas em gestantes infectadas pelo HIV-1 e seu impacto na replicação viral in vitro. MÉTODOS: sangue periférico de 12 gestantes infectadas pelo HIV-1 e de seus neonatos, bem como de 10 gestantes HIV-1 negativas, foi colhido e a quantidade de linfócitos TCD4+ e TCD8+ periféricos foi avaliada por citometria de fluxo. Para obter plasma ou células mononucleares periféricas (PBMC), as amostras foram centrifugadas na ausência ou presença de um gradiente de Ficoll-Hypaque, respectivamente. As PBMC foram mantidas em cultura por sete dias na presença de fito-hemaglutinina mais IL-2 recombinante e a resposta linfoproliferativa de células T foi analisada pelo método de exclusão em azul de Trypan. Em alguns experimentos, as culturas foram mantidas na presença adicional de anticorpo anti-IL-10. Os plasmas e sobrenadantes das culturas de PBMC ativadas foram submetidos à análise da produção de citocinas, pelo método ELISA indireto, e a carga viral, detectada pelo RT-PCR. RESULTADOS: independente da carga viral plasmática, a resposta linfoproliferativa em culturas de células obtidas de gestantes infectadas pelo HIV foi inferior às amostras normais [4,2±0,37 vs 2,4±0,56 (x 10(6)) células/mL; p<0.005]. Tanto em gestantes normais quanto em pacientes com cargas virais baixas, os níveis de IL-10 foram mais elevados que os das gestantes com elevada replicação viral (9.790±3.224 vs 1.256±350 pg/mL; p=0.002). Níveis elevados de TNF-alfa no soro (7.200±2.440 vs 510±476 pg/mL) e nas culturas de células (21.350±15.230 vs 1.256±350 pg/mL) correlacionaram-se à carga viral plasmática elevada e a infecção neonatal. O bloqueio da IL-10 endógena com anticorpos anti-IL-10 aumentou a replicação do HIV-1 em cultura de células. CONCLUSÃO: nossos resultados sugerem que a IL-10 exerce influência negativa na replicação viral, o que provavelmente contribui para reduzir o risco de infecção vertical.
PURPOSE: to evaluate T cell proliferation and cytokine production in HIV-1-infected pregnant women and their impact on in vitro virus replication. METHODS: peripheral blood from 12 HIV-1-infected pregnant women and from their neonates was collected. As control, 10 samples from non-infected pregnants were also colleted. The CD4+ and CD8+ T cell counts were assayed by flow cytometry. Peripheral blood mononuclear cells (PBMC) and plasma were obtained by centrifugation with and without Ficoll-Hypaque gradient, respectively. The freshly purified PBMC were kept in cultures for seven days with PHA plus r-IL-2, and the lymphoproliferative response was assayed by Trypan blue dye exclusion. In some experiments we added anti-IL-10 monoclonal antibody. The plasma samples and supernatants from cell cultures were stored to determine both peripheral cytokine levels, by ELISA sandwich, and viral load, by RT-PCR. RESULTS: the results showed that the lymphoproliferative response was smaller in cultures obtained from HIV-1-infected women than in control cultures [4.2±0.37 vs 2.4±0.56 (x 10(6) cell/mL), p<0.005]. In both control and infected pregnant women who had low plasma viral load, the level of IL-10 was higher than in those with high viral replication (9.790±3.224 vs 1.256±350 pg/mL, p=0.002). The elevated TNF-alpha production detected in serum (7.200±2.440 pg/mL) and supernatants (21.350±15.230 pg/mL) was associated with higher plasma viral loads and vertical infection. The IL-10 blockade by anti-IL-10 antibodies augmented viral replication in the cell cultures. CONCLUSION: these results indicate that IL-10 production exerts a negative influence on virus replication, diminishing the probability of intrauterine HIV-1 infection.