O objetivo deste artigo consiste em apresentar os principais aspectos do uso não médico do metilfenidato. Em termos metodológicos, procedemos a uma pesquisa bibliográfica na busca por uma melhor compreensão interdisciplinar dessa utilização polêmica e multifacetada. Constatamos que o uso contemporâneo ultrapassa a tríade doença, saúde e cuidado. Compreende a busca incessante do homem em superar seus limites e viver bem em sociedade, o que torna esse medicamento um fetiche, aproximando o usuário de sua fragilidade. Percebe-se que, primeiramente, produziu-se o metilfenidato e, posteriormente, tentou-se configurar cientificamente o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ou seja, inventou-se, primeiro, o remédio e, depois, a doença. Concluímos ser o metilfenidato mais um gadget da contemporaneidade. Um objeto de consumo curto e rápido, parceiro conectável e desconectável ao alcance das mãos, tornando-se dispositivo de prazeres efêmeros, fabricado e comercializado como medicamento.
The aim of this paper was to present the main aspects of non-medical use of methylphenidate. In methodological terms, we carried out a literature search to achieve better interdisciplinary understanding of this controversial and multifaceted use. We found that contemporary use goes beyond the trio of disease, health and care, to include man's incessant striving to surmount his limits and live well in society. This turns this medicine into a fetish and brings users closer to their frailty. It can be seen that methylphenidate was first produced and that afterwards, there was an attempt to scientifically configure attention deficit hyperactivity disorder (ADHD), i.e. first the medicine was invented and then the disease. We conclude that methylphenidate is yet another gadget of contemporary life: a short-term quickly consumed object and a within-reach connectable and disconnectable partner. It becomes a device for ephemeral pleasures, while produced and marketed as a medicine.
Este artículo presenta los principales aspectos del uso no médico del metilfenidato. En términos metodológicos, se hizo una investigación bibliográfica en busca de una mejor comprensión interdisciplinaria de esta utilización polémica y multifacética. El uso contemporáneo ultrapasa la tríada enfermedad, salud y cuidado. Comprende la búsqueda incesante del hombre en superar sus límites y vivir bien en sociedad, lo que transforma este medicamento en un fetiche. acercando al usuario a su fragilidad. Se nota que, primeramente se produjo el metilfenidato y posteriormente hubo un intento de configurarse científicamente el trastorno de déficit de atención e hiperactividad, o sea, se inventó primero el remedio y después la enfermedad. El metilfenidato es un gadget más de la contemporaneidad. Un objeto de consumo corto y rápido, un compañero conectable y desconectable al alcance de las manos, volviéndose un dispositivo de placeres efímeros, fabricado y comercializado como medicamento.