RESUMO No início e no decorrer da graduação, problemas de adaptação, competitividade, decepção, solidão e dificuldade nos relacionamentos constituem importantes fontes de sofrimento para os graduandos de Medicina. Este estudo tem como objetivo descrever o perfil sociodemográfico e percepções de acadêmicos do segundo ano de Medicina de uma faculdade do interior do Estado de São Paulo quanto a motivações na escolha do curso e instituição, dificuldades de adaptação à vida universitária e saída de casa. Foram incluídos 38 alunos, que responderam a um questionário semiestruturado, elaborado pelos pesquisadores, que continha dados de identificação, levantamento socioeconômico e perguntas sobre o curso, disciplinas, faculdade e vida fora de casa. Nos resultados, quanto à motivação para escolha do curso, destaca-se a afinidade pela área da saúde (n = 27). As principais dificuldades de adaptação à graduação citadas foram excessivo número de atividades (n = 24) e falta de organização pessoal (n = 17). Em relação à saída de casa, relataram saudade do convívio familiar (n = 35), associada a maior liberdade (n = 19). Com relação à faculdade, destaca-se a falta de assistência/organização para receber os alunos (n = 11), sugerindo que se dê maior atenção ao acolhimento e apoio no período de adaptação.
ABSTRACT Significant sources of suffering for medical students at the beginning and during the degree course include adaptation problems, competitiveness, disappointment, loneliness, and difficulties in relationship. This study aims to describe the socio-demographic profiles and perceptions of second-year students at a medical school in the state of São Paulo in terms of their reasons for selecting the course and institution and difficulties in adapting to university life and leaving home. We interviewed 38 students who answered a semi-structured questionnaire developed by the researchers containing identification data, a socio-economic survey, as well as questions on the course, subjects, college, and their lives away from home. The results reveal that the main motivation for choosing the course was an affinity for the field of healthcare (n = 27). The main difficulties in adapting to the course were due to the excessive number of activities (n = 24) and lack of personal organization (n = 17). Regarding leaving home, (n = 35) reported that they miss their families, associated with greater freedom (n = 19). With regard to college, (n = 11) stated that there is a lack of support/organization for students, suggesting greater attention and support are needed in the adaptation period.