RESUMO O Estado do Rio Grande do Sul é o detentor da maior produção de pêssegos do Brasil; entretanto, ainda possui valores baixos de produtividade, quando comparado com outros estados. Um dos problemas associados a isto é a ocorrência de solos com problemas de drenagem, principalmente na região de Pelotas que, dependendo do período do ano, podem sofrer situações de déficit hídrico ou de alagamento, na grande maioria dos anos, que prejudicam o desenvolvimento e a produtividade da cultura. Dentre os efeitos prejudiciais causados por estes estresses, destacam-se a diminuição na taxa assimilatória líquida, fechamento de estômatos, a redução das atividades celulares, a produção de espécies reativas de oxigênio e a desestabilização de membranas e de proteínas. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi investigar em que magnitude os parâmetros de trocas gasosas de porta-enxertos de Prunus spp. são influenciados sob estresse por seca e alagamento. No experimento, foram avaliados parâmetros de trocas gasosas [taxa fotossintética líquida (A) condutância estomática (gs), carbono intercelular (Ci) e transpiração (E)], em três porta enxertos de Prunus spp. (pessegueiro ‘Capdeboscq’ e ameixeiras ‘Julior’ e ‘Marianna 2624’), em três condições hídricas (controle, déficit hídrico e alagamento do solo), durante sete dias. Os três porta-enxertos demonstraram ser mais suscetíveis ao alagamento do que ao déficit hídrico, apenas variando no tempo de resposta, que é intrínseco a cada genótipo, evidenciando existir variabilidade genética para a tolerância aos estresses estudados. A resposta ao estresse por déficit hídrico foi mais tardia em ambos os genótipos avaliados. Entretanto, no geral ‘Julior’ apresentou maior tolerância a ambos os estresses em relação aos outros porta enxertos avaliados. Tais informações são úteis para auxiliar na escolha de porta-enxertos para a produção de mudas, no manejo de pomares e para programas de melhoramento de plantas, visando à seleção de novos genótipos com maior tolerância a esses estresses abióticos.
ABSTRACT The state of Rio Grande do Sul is the largest peach productor in Brazil; however, it still possesses poor yield values when compared with other states. One of the problems associated with this is the occurrence of soils with drainage problems, mainly in Pelotas region, which depending on the year period, may undergo water deficit or flooding situations in the great majority of the years, which harm the crop development and yield. Among the harmful effects caused by these stresses stand out, the decrease in the net assimilation rate, closure of stomata, reduction of the cell activities, production of reactive oxygen species, membrane and protein destabilization. Thus, the aim of this study was to investigate in what magnitude of the gaseous exchange parameters of Prunus spp. rootstocks are influenced under drought and flood stress. In the experiment, gas exchange parameters net photosynthetic rate (A) stomata conductance (gs), intercellular carbon (Ci) and transpiration (E)] were evaluated in three Prunus spp. rootstocks (peach tree ‘Capdeboscq’ and plum trees ‘Julior’ and ‘Marianna 2624’) under three water conditions (control, water deficit and soil flooding) for seven days. The three rootstocks proved more susceptible to flooding than to water deficit, only varying in response time, which is intrinsic to each genotype, and that there is a genetic variability for the tolerance to the studied stresses. The variation on physiological response to the water deficit stress was later in both evaluated genotypes. However, in general, ‘Julior’ presented greater tolerance to both stresses when compared to the other rootstocks evaluated. Such information is useful to help in the choice of rootstocks for plant production, in the orchard management and for plant breeding programs, aiming at the selection of new genotypes with increased tolerance to these water stresses.