A avaliação dos efeitos da densidade de sarmentos e da desfolha sobre o microclima, estrutura do coberto vegetal, vigor e expressão vegetativa foi avaliada durante 3 anos (2004 a 2006), na casta Alfrocheiro, na região demarcada do Dão, Centro-Norte de Portugal. Ao estado fenológico G de Baggiolini (cachos separados) foram introduzidas três densidades de sarmentos: testemunha (D1), 18 sarmentos/m sebe (D2) e 12 sarmentos/m sebe (D3). Ao pintor foi introduzido o factor desfolha na zona dos cachos: F1 - com desfolha; F0 - sem desfolha. A nível fisiológico, em nenhum dos anos se encontraram diferenças significativas entre as diversas modalidades, no entanto, entre os três anos encontram-se diferenças apreciáveis na evolução sazonal do potencial hídrico foliar de base, maioritariamente explicadas pelas condições meteorológicas ocorridas, nomeadamente pela quantidade e distribuição da precipitação ao longo da estação de crescimento vegetativo. A resposta vegetativa das plantas foi amplamente marcada pelo ano, em especial pelo regime pluviométrico. Os crescimentos secundários (netas) em 2005, resultado do forte stress hídrico observado, foram reduzidos e como consequência a área foliar total das plantas foi inferior ao verificado em 2004 e 2006. Em qualquer dos anos, as diferenças encontradas na área foliar por cepa foram devidas ao números de sarmentos e não à área foliar por sarmento. O peso médio do sarmento aumentou proporcionalmente à redução do seu número, sem que tenha havido diferenças significativas no peso de lenha de poda por videira. A correção do número de sarmentos teve como consequência a redução da densidade do coberto vegetal na zona dos cachos, traduzida pelo menor número de camadas de folhas e pelo aumento da radiação intercetada. Efeito similar mas mais acentuado foi obtido pela desfolha. A nível vegetativo, embora pequenas variações tenham sido observadas entre as diversas densidades de sarmentos, em nenhuma delas se encontraram condições de ensombramento que tenham conduzido a situações de senescência foliar por falta de insolação.
The evaluation of shoot density and basal leaf removal effects on canopy structure, canopy microclimate and on vigour and vegetative growth was carried out during 3 years (2004 to 2006) on ‘Alfrocheiro’ vine variety, at Dão Delimited Region, Centre-North of Portugal. Three different shoot densities were assayed (at G stage of Baggiolini scale): control (D1), 18 shoots.m-1 row (D2) and 12 shoots.m-1 row (D3). At veraison, leaf removal was introduced at fruit zone - LR1 (no leaf removal - LR0). In any of the years were found significant differences between the different treatments, in terms of ecophysiological behaviour, however, between the three years significant differences in the seasonal evolution of predawn leaf water potential were observed, mostly explained by meteorological conditions, mainly the amount and distribution of rainfall during the growing season. The vegetative growth was largely marked by year, especially by rainfall. In 2005, the growth of lateral shoots, due to the strong water stress observed, was reduced and, as a consequence, the total leaf area per plant was lower than in 2004 and 2006. In any year, the differences in total leaf area per plant were due to the number of shoots, since the leaf area per shoot was equal. The shoot weight was increased proportionally to the reduction of its number, while no significant differences in pruning weight per vine were found.Shoot thinning resulted in a reduction of the canopy density at cluster zone, fewer leaf layer number and increased light interception. Similar but more pronounced effects were obtained by leaf removal. At the upper part of canopy, although minor variations were observed between different shoot densities, in none of them were observed shade conditions which have led to situations of leaf senescence by lack of sunlight.