O objetivo deste trabalho foi verificar se a diferença nos estilos de canto e a presença de queixas de voz influenciam na percepção de desvantagem vocal de cantores. Foram selecionados 118 protocolos de autoavaliação da desvantagem vocal no canto referentes a 17 cantores populares com queixas vocais, 42 populares sem queixas, 17 clássicos com queixas e 42 clássicos sem queixas. Os grupos eram semelhantes em relação à idade, gênero e naipes. Os protocolos utilizados, Índice de Desvantagem para o Canto Moderno e Índice de Desvantagem para o Canto Clássico, apresentam questões específicas para os respectivos estilos de canto e são compostos por 30 itens divididos igualmente em três subescalas: incapacidade (domínio funcional), desvantagem (domínio emocional) e defeito (domínio orgânico), respondidos de acordo com a frequência de ocorrência. Cada subescala apresenta valor máximo de 40 pontos, e o total corresponde a 120 pontos. Quanto maior a pontuação, maior a desvantagem vocal percebida. Para análise estatística, utilizou-se o teste ANOVA, com significância de 5%. Cantores clássicos e populares referiram maior defeito, seguido por incapacidade e desvantagem. Contudo, o grau dessa percepção nesse grupo variou de acordo com o estilo de canto e a presença de queixas vocais. Cantores clássicos com queixas vocais apresentaram maior desvantagem vocal que os cantores populares também com queixas. Clássicos sem queixas relataram menor desvantagem que populares também sem queixas. Isso evidencia que o cantor clássico tem maior percepção sobre sua própria voz e que uma alteração vocal nesse grupo pode causar maior desvantagem vocal do que no grupo de cantores populares.
The aim of this research was to verify whether the difference of singing styles and the presence of vocal complaints influence the perception of voice handicap of singers. One hundred eighteen singing voice handicap self-assessment protocols were selected: 17 popular singers with vocal complaints, 42 popular singers without complaints, 17 classic singers with complaints, and 42 classic singers without complaints. The groups were similar regarding age, gender and voice types. Both protocols used - Modern Singing Handicap Index (MSHI) and Classical Singing Handicap Index (CSHI) - have specific questions to their respective singing styles, and consist of 30 items equally divided into three subscales: disability (functional domain), handicap (emotional domain) and impairment (organic domain), answered according to the frequency of occurrence. Each subscale has a maximum of 40 points, and the total score is 120 points. The higher the score, the higher the singing voice handicap perceived. For statistical analysis, we used the ANOVA test, with 5% of significance. Classical and popular singers referred higher impairment, followed by disability and handicap. However, the degree of this perception varied according to the singing style and the presence of vocal complaints. The classical singers with vocal complaints showed higher voice handicap than popular singers with vocal complaints, while the classic singers without complaints reported lower handicap than popular singers without complaints. This evidences that classical singers have higher perception of their own voice, and that vocal disturbances in this group may cause greater voice handicap when compared to popular singers.