Resumo: A violência sexual contra a mulher é uma violência de gênero, reconhecida como uma grave violação de direitos humanos e um problema de saúde pública. Este estudo ecológico, de caráter descritivo e de série temporal pretende analisar a violência sexual contra mulheres adolescentes e adultas, com base nas informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, objetivando descrever as características dos casos de violência sexual perpetrada contra mulheres, notificados por profissionais de saúde nos anos de 2008 a 2013, em Santa Catarina, Brasil. Foram notificados 15.508 casos de violências sendo 2.010 sexuais (12,9%). Contra adolescentes foram 950 notificações para as de 10 a 14 anos (47,3%), 450 contra as de 15 a 19 (22,4%) e 610 notificações (30,3%) para mulheres de 20 anos e mais (adultas). As adolescentes sofreram violência por agressor único, no domicílio, à noite, com penetração vaginal, maior recorrência da agressão e gravidez. Para as adolescentes de 10 a 14 anos e de 15 a 19 os agressores eram desconhecidos em 32,9% e 33,1% das notificações. As adultas foram agredidas na residência, em via pública, à noite e madrugada, por agressor único, com penetração vaginal em mais da metade das violências notificadas, maior número de lesões físicas e tentativas de suicídio. Espera-se que as informações contribuam para a sensibilização de gestores, profissionais, acadêmicos e docentes da área da saúde quanto à importância da notificação de violências como subsídio para o desenvolvimento de ações de enfrentamento da violência sexual contra a mulher.
Abstract: Sexual violence against women is a form of gender violence and both a severe human rights violation and public health problem. This ecological, descriptive, and temporal series study aims to analyze sexual violence against pre-adolescent, adolescent, and adult females in Santa Catarina State, Brazil, based on data from the Information System for Notifiable Diseases, in order to describe the characteristics of cases of sexual violence perpetrated against women, reported by health professionals from 2008 a 2013. A total of 15,508 cases of violence were reported, including 2,010 cases of sexual violence (12.9%). Cases of violence totaled 950 reports in the 10 to 14 year bracket (47.3%), 450 in the 15 to 19 year bracket (22.4%), and 610 (30.3%) in women 20 years or older (adults). Adolescent females suffered violence by a single aggressor, at home, at night, with vaginal penetration, and with greater tendency to repeated assault and pregnancy as a result. For females 10 to 14 and 15 to 19 years of age, the aggressors were unknown in 32.9% and 33.1% of the reports, respectively. Adult women were sexually assaulted either at home or on public byways, at night or in the early morning hours, by a single aggressor, with vaginal penetration in more than half of the cases, with more physical injuries, and with more subsequent suicide attempts. The information should contribute to awareness-raising of policymakers, health professionals, researchers, and health field professors concerning the importance of reporting violence in order to help develop interventions to prevent such violence against women.
Resumen: La violencia sexual contra la mujer es una violencia de género, reconocida como una grave violación de derechos humanos y un problema de salud pública. Este estudio ecológico, de carácter descriptivo y de serie temporal pretende analizar la violencia sexual contra mujeres adolescentes y adultas, en base a la información del Sistema de Información de Enfermedades de Notificación obligatoria, con el objetivo de describir las características de los casos de violencia sexual perpetrada contra mujeres, notificados por profesionales de salud durante los años de 2008 a 2013, en Santa Catarina, Brasil. Se notificaron 15.508 casos de violencia, siendo 2.010 sexuales (12,9%). Contra adolescentes fueron 950 notificaciones, en el caso de las de 10 a 14 años (47,3%), 450 contra las de 15 a 19 años (22,4%) y 610 notificaciones (30,3%) en mujeres de 20 años y más (adultas). Las adolescentes sufrieron violencia por parte de un agresor único, en el domicilio, por la noche, con penetración vaginal, mayor recurrencia de agresión y embarazo. En las adolescentes de 10 a 14 años y de 15 a 19 los agresores eran desconocidos en un 32,9% y 33,1% de las notificaciones. Las adultas fueron agredidas en la residencia, en vía pública, por la noche y madrugada, por un agresor único, con penetración vaginal en más de la mitad de las agresiones notificadas, mayor número de lesiones físicas y tentativas de suicidio. Se espera que la información contribuya a la sensibilización de gestores, profesionales, académicos y docentes del área de salud, en cuanto a la importancia de la notificación de este tipo de violencia, así como ayudas para el desarrollo de acciones de combate a la violencia sexual contra la mujer.