Resumo Este artigo objetivou analisar etnometodologicamente os processos organizativos do turismo como prática na orla marítima de João Pessoa/PB (Brasil). A etnometodologia foi o método utilizado para a pesquisa empírica, com a realização de visitas à orla marítima, com base nas quais ocorreram observações, conversas informais, entrevistas e foram tomadas notas de campo. Os dados foram analisados com base no referencial teórico, assim como nos questionamentos norteadores dos cinco conceitos-chave da etnometodologia garfinkiliana. Como resultados, observou-se que o turismo não ocorre de maneira avulsa e isolada em distintos lugares, mas de forma entrelaçada, carrega uma série de relações, símbolos, valores e regras sociais que são perpassados pelas gerações, fazendo com que um dado espaço possa ser caracterizado e considerado turístico. O turismo passa a ser um elemento central na organização do espaço turístico, ou seja, é ele que justifica e alicerça os processos organizativos realizados por grupos sociais na orla marítima. Conclui-se que, como campo de práticas, a orla marítima se trata de um espaço complexo em virtude de sua importância social, econômica e ambiental, em que múltiplos interesses e usos, pautados pelo turismo, estão presentes cotidianamente e evidenciam a importância desse espaço.
Abstract This article aims to analyze the organizational processes of tourism as a practice in the João Pessoa/PB (Brazil) waterfront from an ethnomethodological point of view. The ethnomethodology was also the method used for empirical research. Indeed, there were visits to the waterfront, from which observations, informal conversations, field notes and interviews were made. Data were analyzed based on the theoretical framework as well as the guiding questions of the five key concepts of Garfinkilian ethnomethodology. As a result, there are several events that make up the tourism such as an expression of the waterfront. Tourism does not occur in isolation in different places, but imbricated and carries a series of relationships, symbols, values and social rules that are uttered through generations causing a given space can be considered touristic. Tourism becomes a central element in the organization of tourist space, i.e, it is that justifies and underpins the organizational processes carried out by social groups in warterfront. In conclusion, as field practices, the waterfront is a complex space due to its social, economic and environmental importance, where multiple interests and uses, guided by tourism, are daily present and demonstrate the complexity and importance of this space.