RESUMO OBJETIVO: A alta prevalência de obesidade no mundo traz vários problemas de saúde com a disfunção endotelial como um problema frequente. Investigamos se o consumo de baixa dose de extrato de chá verde (catequinas < 200 mg/dia) pode modificar a função endotelial, o perfil lipídico, a glicemia e a insulina de jejum, a glicose plasmática pós carga, todos biomarcadores inflamatórios de estresse oxidativo e a pressão arterial em mulheres obesas. MÉTODOS: Dezesseis mulheres obesas com índice de massa corporal (IMC) entre 30 e 40 kg/m2, com idade média de 38 [33-40] anos, consumiram 600 ml (3 × 200 ml) chá verde por dia, contendo 153,3 mg de catequinas e 72,5 mg de cafeína, durante três meses. A função endotelial foi avaliada através da pletismografia de oclusão venosa por aumento de pico de fluxo sanguíneo no antebraço, após 5 min de isquemia, durante a resposta hiperemia reativa comparada com a condição basal do fluxo sanguíneo de antebraço. A vasodilatação endotélio-independente foi analisada através de pico fluxo sanguíneo de antebraço após 0,4mg de nitroglicerina sublingual vs fluxo basal. RESULTADOS: Após três meses, o consumo de chá verde reduziu o índice de massa corpórea 34,02 de 33,13 e pressão arterial diastólica em 4 mmHg; a resposta de hiperemia reativa vs. fluxo basal de antebraço melhorou em 27%; a vasodilatação endotélio-independente melhorou em 12%; o perfil bioquímico do sangue, onde todos os parâmetros estiveram sempre dentro da faixa de normalidade, permaneceu inalterado. CONCLUSÕES: Uma dose baixa de chá verde melhorou o quadro de disfunção endotelial presente na obesidade, reconhecidamente um marcador precoce da aterosclerose, indicando que o seu consumo deve ser incentivado nesses pacientes.
BACKGROUND: The high prevalence of obesity in the world is associated with several health problems, with endothelial dysfunction figuring as a frequent feature. We investigated whether low dose consumption of green tea extract (catechins,< 200 mg/day) could modify endothelial function, lipid profile, fasting glucose and insulin, post load plasma glucose, inflammatory/oxidative stress biomarkers and blood pressure in obese women. METHODS: Sixteen obese women with body mass index (BMI) between 30 and 40 Kg/m2, mean age 38 [33-40] years, consumed 600 ml green tea (3 × 200 ml) per day, containing 153.3 mg of catechins and 72.5 mg of caffeine, during three months. Endothelial function was evaluated through venous occlusion plethysmography by increment of peak forearm blood flow (FBF), after 5 min ischemia, during the reactive hyperemia response/baseline FBF. Endothelium-independent vasodilation was analyzed through peak FBF after 0.4 mg sublingual nitroglycerin/baseline FBF. RESULTS: After 3 months, this consumption of green tea reduced BMI from 34.02 to 33.13, and diastolic blood pressure by 4 mmHg. The reactive hyperemia response/baseline FBF improved by 27%, and the endothelium-independent vasodilation by 12%. The blood biochemical profile, where all parameters were within the normal range, remained unaltered. CONCLUSIONS: A low dose of green tea ameliorated the endothelial dysfunction present in obesity, indicating that its consumption should be encouraged in these patients, because endothelial dysfunction is an early marker of atherosclerosis.