OBJETIVO: Estabelecer o momento da introdução de alimentos complementares na dieta dos lactentes no Município de Campinas, Estado de São Paulo, Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal com 2 857 crianças menores de 2 anos sorteadas no banco de nascidos vivos (SINASC) da secretaria de saúde do município entre 2004 e 2005. As mães responderam a um questionário contendo 87 questões fechadas que coletou informações sociais, sobre aleitamento materno e sobre a época de introdução de outros alimentos. RESULTADOS: A caracterização das mães revelou que 13,5% eram adolescentes, 73,1% completaram o ensino fundamental ou médio, 45,9% desempenhavam funções de nível técnico, 6,7% tinham profissões de nível superior e 2,7% eram profissionais da saúde. O nível socioeconômico médio da população foi da classe C; porém, todas as classes sociais estiveram representadas. A mediana do aleitamento materno exclusivo foi de 90 dias (IC95%: 87,6 a 92,4). Para introdução de água (IC95%: 118,6 a 121,4) e de chá (IC95%: 113,2 a 126,8), a mediana foi de 120 dias; da papa salgada (IC95%: 178,6 a 181,4) e leite em pó (IC95%: 169,0 a 191,0), de 180 dias. Antes dos 4 meses, 39,1% haviam ingerido leite em pó e 2,1% refrigerantes, dados que subiram para 63,2 e 69,1%, respectivamente, com 1 ano. As mulheres que trabalhavam em profissões de nível técnico, as que estavam desempregadas e as que não tinham companheiro ofereceram leite materno por menos tempo. CONCLUSÕES: A mediana do aleitamento materno exclusivo está distante do preconizado devido à oferta de líquidos. A introdução alimentar revelou-se precoce, principalmente para guloseimas.
OBJECTIVE: To establish the timing for introducing supplementary foods in the diet of infants from the city of Campinas, state of São Paulo, Brazil. METHODS: This cross-sectional study included 2 857 children younger than 2 years of age randomly selected from the city department of health live birth database between 2004 and 2005. The mothers answered a questionnaire that included 87 closed questions designed to collect information concerning socioeconomic status, breastfeeding, and timing of introduction of supplementary foods. RESULTS: Assessment of the mothers revealed that 13.5% were adolescents, 73.1% had completed elementary or high school education, 45.9% had technical level jobs, 6,7% had jobs requiring a university degree, and 2.7% were health professionals. On average, participants belonged to socioeconomic class C (ranging from A, highest, to E, lowest), but all socioeconomic classes were represented. The median duration of exclusive breastfeeding was 90 days (95%CI: 87.6-92.4). Water (95%CI: 118.6-121.4) and tea (95CI%: 113.2-126.8) were introduced at a median of 120 days. Semi-solid foods (95%CI: 178.6-181,4) and powdered milk (95%CI: 169.0-191.0) were introduced at a median of 180 days. Powdered milk and soft drinks had been ingested by 39.1% and 2.1%, respectively, at 4 months, and by 63.2 and 69.1%, respectively, at 1 year of age. Shorter breastfeeding duration was observed for women with technical level jobs, those who were unemployed, and those without a partner. CONCLUSIONS: The median duration of exclusive breastfeeding was far from that recommended due to the offer of supplementary fluids. Supplementary foods were introduced precociously, especially sweets.