O fenómeno da desumanização (i.e., a negação de humanidade a terceiros; Haslam, 2006) tem sido um tópico frequentemente estudado na Psicologia Social; no entanto, um conjunto de traços para avaliar este fenómeno não foi ainda validado para a população portuguesa. Este estudo teve como objetivo traduzir, adaptar e validar, para a população portuguesa, o conjunto de traços proposto por Haslam e colegas (Haslam & Bain, 2007; Haslam, Bain, Douge, Lee & Bastian, 2005), que medem a negação de traços de duas dimensões: “uniquely human” e “human nature”. Uma amostra de 597 participantes (Midade = 40.83; DP = 11.50) avaliaram em que medida percebiam cada um de 52 traços como uma característica da natureza humana e unicamente humanos, bem como a sua desejabilidade. Foram conduzidos testes de forma a distinguir entre traços com avaliações baixas e altas em cada dimensão, e construídos grupos de traços que diferenciam entre cada uma das dimensões. Apresentamos a validação de uma medida com valência positiva que distingue entre ambas as dimensões de “humanness”; no entanto, foi apenas possível validar uma medida de “human uniqueness” com valência negativa. As implicações desta medida para a investigação futura são abordadas.
Although dehumanization (i.e., the denial of full humanness to others; Haslam, 2006) has been a frequent subject in social psychology, a set of traits designed to evaluate this phenomenon has not been validated to the Portuguese population. The main purpose of this study was to translate, culturally adapt and validate a set of dehumanization traits proposed by Haslam and colleagues (Haslam & Bain, 2007; Haslam, Bain, Douge, Lee & Bastian, 2005), which measure both the denial of uniquely human and human nature traits. A sample of 597 individuals (Mage = 40.83; SD = 11.50) were asked to rate a set of 52 traits on how much they perceived each as a characteristic of human nature and human uniqueness, as well as its desirability. T-tests were conducted to distinguish between low and high rated traits in each dimension, and to construct clusters of traits that differ in each dimension. We successfully provide a measure containing positive traits in both senses of humanness dimensions; however, we were only able to validate a human uniqueness measure with negative valence. Implications of this measure for future research on dehumanization processes are discussed.