OBJETIVO: avaliar as repercussões perinatais da oligoidramnia não decorrente da ruptura prematura das membranas (RPM), diagnosticada até a 26ª semana de gravidez. MÉTODOS: análise retrospectiva dos casos de oligoidramnia ocorridos entre janeiro de 1994 e dezembro de 2000, diagnosticados até a 26ª semana de gravidez, empregando como critério índice de líquido amniótico igual ou inferior a 5 cm. Após o diagnóstico, as grávidas foram acompanhadas com exames ecográficos seriados, atentando-se para a manutenção do quadro. Havendo regressão da oligoidramnia, as pacientes permaneceram na pesquisa. As pacientes com RPM, as com óbito fetal ao primeiro exame e as que tiveram parto em outra instituição foram excluídas. Em relação às grávidas interessou-nos, especialmente, a presença de doenças e complicações obstétricas associadas. Quanto ao recém-nascido, avaliaram-se, dentre outros, o peso ao nascimento, tempo de internação/óbito, ocorrência de óbito ou malformação. RESULTADOS: foram incluídos vinte e sete casos de oligoidramnia. Treze fetos apresentaram malformações, sendo oito do trato urinário, quatro do sistema nervoso central e um higroma cístico. Quatorze gestantes apresentaram complicações clínicas ou obstétricas, principalmente hipertensão (10 casos). Além destes, encontramos três casos de placenta prévia e um de tiroidopatia. Houve 13 óbitos fetais e 14 neonatais. CONCLUSÃO: a oligoidramnia não decorrente da RPM, ocorrendo no segundo trimestre da gestação, independente da etiologia ou presença de anomalias congênitas, apresenta prognóstico sombrio e associou-se a resultado perinatal fatal em todos os casos.
PURPOSE: to evaluate the perinatal outcomes of pregnancies complicated by oligohydramnios, not due to premature rupture of membranes (PRM), diagnosed until the 26th week of gestation. PATIENTS AND METHODS: we analyzed retrospectively the cases of oligohydramnios that occurred from January 1994 to December 2000, and were diagnosed until the 26th week of gestation. Oligohydramnios was present when the amniotic fluid index was less or equal to 5.0 cm. After diagnosis the patients were followed-up with serial ultrasound evaluation, with emphasis on the maintenance of the oligohydramnios state. When remission of the oligohydramnios occurred, patients remained in the study. Cases due to PRM, fetal death detected on the first examination and the women who gave birth in another institution were excluded from the study. Concerning the patients, the presence of clinical and obstetric diseases was investigated. As regards the newborns, we evaluated birth weight, time of admission/death, occurrence of death or malformations. RESULTS: twenty-seven cases of oligohydramnios were analyzed. Thirteen fetuses had congenital anomalies, and among them, eight had anomalies of the urinary tract, four of the nervous system and one had cystic hygroma. Fourteen patients had a clinical or an obstetric disease, mainly hypertension (10 cases). In addition, we found three cases of placenta previa and one case of thyropathy. There were thirteen fetal deaths and fourteen neonatal deaths. CONCLUSION: oligohydramnios not due to PRM, occurring in the second trimester of gestation, independent of the etiology or the presence of congenital anomalies, was associated with a fatal perinatal result.